Qualidade de vida dos gays maduros

envelhecer_gay_1A velhice para os gays sempre foi sinônimo de isolamento e solidão, mas este cenário está mudando, principalmente, para a geração pós 1960.

Os gays nascidos há 40 ou 50 anos estão buscando alternativas para preparar a velhice e neste contexto inclui-se a solidez financeira, cuidados com o corpo e até a possibilidade de abrigar-se em locais exclusivos, com cuidadores de gays idosos.

Não dá para generalizar, pois o universo dos gays no Brasil é diversificado e a realidade é diferente para os que vivem nas grandes cidades e nas cidades do interior. Nestes cenários há ainda a divisão de classes sociais influenciando na vida de cada um.

O futuro é incerto, mas a evolução das questões LGBT permite aos gays viver melhor, com qualidade de vida e com menos problemas psicológicos.

O isolamento social permeia a vida dos idosos e hoje as tecnologias ocupam o tempo e preenchem espaços na vida dos gays. Considera-se ainda que a geração saúde também contribua para os cuidados do corpo.

A expectativa de vida da geração que está entrando na terceira idade aumentou nos últimos 25 anos. Só para ter uma ideia: em 1990 a expectativa era de 66 anos e hoje é de aproximadamente 74,6 anos.

Há dois anos surgiu na mídia uma notícia vinda da Inglaterra de que a expectativa de vida de um homem homossexual praticante pode ser reduzida entre 12 e 20 anos. Isso não é verdade, mas se considerarmos a vida boêmia dos jovens gays, baladas, o fumo, o álcool, ou a dependência de drogas, o risco de sequelas no futuro é grande, mas não apenas para os gays.

Eu mesmo vivi uma juventude transviada e com abuso de álcool, mas cheguei aos 55 anos com boa saúde, aliás, não bebo há seis anos.

Um psicólogo disse que na velhice é preciso ocupar-se com atividades diárias que contribuam para a manutenção da saúde mental. Bem, isso não é segredo e nem novidade!

Aqui em São Paulo gays idosos buscam ocupar-se quebrando o isolamento em espaços de convivência como a ACM – Academia Cristã de Moços e o SESC. Nesses locais o idoso pode praticar diversos esportes e ainda conviver com outras pessoas, mesmo heterossexuais, porque os idosos heteros também buscam ocupar-se frequentando esses lugares e a tolerância é o melhor remédio para ambos.

Até a união civil entre pessoas do mesmo sexo contribui para um envelhecimento saudável.

Eu já escrevi muito sobre aposentadoria. A segurança financeira sempre esteve nas minhas conversas. Obviamente, o dinheiro é importante, mas um amigo diz que a saúde é fundamental e sem saúde o dinheiro serve apenas para prolongar o sofrimento.

Também, atualmente os profissionais da saúde estão mais abertos às questões de indivíduos homossexuais e isso gera segurança.

Uma vez uma amiga do trabalho me falou: Nós temos que aproveitar a vida enquanto estamos com saúde e com pernas para caminhar. Ela acredita no envelhecimento saudável quando saímos do nosso casulo e vamos para o mundo, conhecer lugares e pessoas.

A qualidade de vida dos indivíduos LGBT começa na aceitação da homossexualidade. Outro amigo diz que você não precisa dizer ao mundo que é gay, mas se você se aceitar já é meio caminho andado e isso gera cargas positivas na sua vida porque você estará preparado para enfrentar eventuais situações de conflito.

Outro dia eu li num blog sobre a carência de afeto dos gays na velhice, pois não há expectativas de encontrar um parceiro para compartilhar sentimentos e carinho. A falta de afeto começa na adolescência quando nos descobrimos diferentes e o distanciamento dos pais e parentes ocorre porque nos confinamos no armário.

Portanto, a dica é cuidar da saúde, principalmente, a mental. Manter hábitos saudáveis para colher bons frutos na velhice e aproveitar a vida numa boa, sem neuras e não se esquecer de guardar dinheiro para a segurança material.

Quando a velhice chegar faça planos de curto prazo, não espere apoio de pessoas ou parentes, tenha alguns poucos amigos para compartilhar bons momentos e preencher espaços vazios do dia-a-dia e cuide bem da cabeça para não ficar doente ou depressivo.

E vamos à luta!

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