As considerações sobre o pênis na história psicanalítica não são unânimes e lineares. Freud o situou como elemento fundamental da estruturação sexual; todavia, semelhante valor não lhe foi atribuído pelos pós-freudianos, dando início ao que Lacan denominou de “querela do falo”.
Freud não chamava o órgão sexual masculino de falo, preferia usar a palavra pênis.
Os homens que gostam de um cacete se enquadram nos grupos de bissexuais e homossexuais. Gostar de pênis é tão normal que seus admiradores não se sentem constrangidos ou diminuídos. Parece que está no subconsciente e é nato.
Entre os gays e bissexuais, o pênis sozinho não faz verão, porque um conjunto de características físicas como o rosto, o corpo e o tamanho do pênis induzem ao desejo de possuí-lo. Outras características secundárias completam o interesse, tais como: cor dos cabelos ou calvície, coxas, barriga, mãos, altura, raça ou cor dos olhos.
Se esses requisitos preencherem as características físicas, já é mais de 90% do caminho andado para buscar contato com o homem e possuir o pênis desejado.
A fixação não é doença e sim mais um fetiche, assim como gostamos de certas coisas que parecem estranhas. Fixar o desejo num homem e persegui-lo até conseguir o seu intento não é desvio moral ou doença, é apenas uma forma de tentar se aproximar daquela figura que preenche todos os requisitos sexuais. É como uma criança que vê um brinquedo e quer tê-lo e possuí-lo a qualquer custo.
Extrema fixação é doença porque envolve coação e ameaças. A insistência leva à rejeição e à violência física e moral. Em geral os gays não querem se sentir constrangidos e fogem de escândalos públicos e a maioria faz isso às escondidas.
Existem gays que gostam de homens mais velhos porque além das características físicas, a idade, o nível cultural e as condições socioeconômicas completam o cardápio. Tudo isso aliado a um belo cacete transforma o comportamento daquele que busca o “ideal”.
O relato a seguir aconteceu entre 1984 e 1985:
Durante mais de dois anos eu tive fixação pelo Aristides, um homem de meia idade e morador numa rua pararela à rua onde eu morava na adolescencia.
O primeiro contato foi num bar na esquina, ele estava triste e bebendo doses de cachaça e garrafas de cerveja, o motivo: Ficou viúvo aos 56 anos e não tinha amizades fora da família.
Para mim, Aristides era o homem ideal e preenchia todas as características físicas e mesmo sem conhecer o cacete dele, eu insisti na relação social porque imaginava uma pica de tamanho médio, bonita e carnuda. Eu sonhei com aquela vara e as minhas masburbações extrapolaram o razoável.
Juntos saíamos todos os finais de semana e percorríamos diversos lugares, a maioria era bar nos bairros adjacentes ao nosso.
Eu deixei acontecer normalmente sem forçar qualquer ato que pudesse afastá-lo e por não saber qual seria a sua reação ao saber do meu real interesse nele.
Talvez Aristides esperasse o mesmo de mim e por ser tímido não se abria comigo, até o dia quando falou que precisa arrumar outra mulher para se casar. Isso foi o sinal para eu seguir o meu caminho.
Durante dois anos eu fantasiei todas as possibilidade de possuir o cacete do Aristides mesmo sem saber como era. Eu não queria uma relação de afetos, eu desejava possuir a sua piroca, olhar, tocar, acariciar, lamber, brincar, masturbar e em último caso, penetrá-la no meu cu. Eu não fazia questão de ser enrabado e as circunstâncias conspiravam para uma relação de amizade e sexo sem compromisso.
Obviamente, durante esse tempo eu tive relações sexuais com outros homens, mas eu não conseguia tirá-lo dos meus pensamentos.
Nunca mais eu encontrei o Aristides na minha vida.
Outras circunstâncias:
Existem outras situações comuns, como por exemplo ter fixação pelo homem que preenche todas as características físicas mesmo que o pênis seja pequeno e disforme,
Alguns preferem o pênis grosso, bonito e roliço apenas para serem penetrados e ai tanto faz as demais características físicas.
Os ativos mesmo enrabando seus parceiros se excitam olhando e tocando o membro do passivo.
Outra parcela de homens se apega emocionalmente a outro homem e se torna escravo de seus desejos sexuais e são manipulados por ele.
A fixação de banheiro está vinculada, exclusivamente á comparação ao próprio pinto, a famosa pegação que termina numa trepada qualquer ou numa sessão de masturbação.
Entre os gays o pênis é mais desejado do que o cu. Não é um choque para os gays ter amor e adoração por pinto, o que choca é o comportamento e a cobrança da sociedade sobre a sexualidade
Quantos milhares ou milhões de gays brasileiros tem adoração, fixação ou fetiche por cacetes? Um estudo britânico de 2015, indicou haver mais brincadeiras entre homens do que penetração. O motivo? O pênis, pois muitos dos encontros são fortuitos, não chegam ao conhecimento dos familiares e amigos porque são feitos às escondidas, para brincar e ao final gozar, sem afetos, penetração ou envolvimento posterior.
Ter fixação, fetiche ou desejo de possuir um pênis alheio muda o comportamento de cada ser humano gay ou bissexual. As mudanças ocorrem de acordo com as circunstâncias culturais e a forma como os dois seres do mesmo sexo se comportam e se permitem na aproximação.
Curiosidades:
As saunas gays surgiram como um local de encontros entre homens, para expor todos os atributos físicos citados no início deste post. O pênis sempre foi o ator principal nas saunas do mundo.
Hoje as saunas e os cinemas estão em decadência e são substituídos por bares fechados onde a ordem do dia é mostrar o pau, tocar, acariciar, mamar e masturbar. Um exemplo: Dedalus bar em São Paulo
Em Montreal no Canadá existe um templo de adoração ao pau. Desde os anos 1970 o templo se mantém com regras específicas aos participantes. Por lá os gays não só apreciam pênis, eles se reúnem regularmente para adorá-lo. O grupo faz até trabalho social.
Assim como os cultos da antiguidade, venerar o pênis é como ter religiosidade e crença de uma conexão entre sexualidade e espiritualidade. Esse templo tem escultura gigante de pênis, parafernálias penianas e pinturas e fotos de pintos.
As preces são até cômicas: “acredito em você, belo falo, em sua força e poder, em sua habilidade de trazer êxtase, de ser chupado, lambido e masturbado”. O lema do grupo é “o pau é o caminho para a verdade e a felicidade divina”
E você, caro leitor, o que pensa sobre a cultura do pênis?