Filme: Meu policial

Caro leitor, eu sempre dediquei um espaço aqui no blog para escrever sobre filmes gays e confesso que há muito tempo eu não escrevia porque infelizmente a quantidade de filmes disponíveis nos serviços de streaming é enorme, mas a qualidade nem sempre merece destaque.

Hoje a produção de filmes temáticos deixa muito a desejar, principalmente porque são produções baratas, de conteúdo frágil, quase descartáveis, adolescentes até.

Se você procurar na Netflix vai encontrar um catálogo recheado de opções e pouca qualidade. Em janeiro buscando filmes com histórias fortes encontrei no Prime Video o filme Meu Policial, uma surpreendente história que inspirou um drama gay com o conhecido cantor Harry Styles que esteve no Brasil no final de 2022.

O filme não é nenhuma obra de arte, mas a história é plausível porque para quem viveu os anos 1950 e 1960 sabe muito bem como eram aqueles temos quando o assunto era homossexualidade.

Sinopse:

No filme, dirigido por Michael Grandage e adaptado do romance de Bethan Roberts, Harry Styles é Tom, um aspirante a policial que tem sua vida mudada quando conhece Patrick, um curador de museu por quem se apaixona — e desafia tudo o que ele acreditava conhecer sobre si mesmo. A história é contada na Londres e Brighton dos anos 50, onde a homossexualidade era considerada um crime e punida como tal. Querendo fugir deste destino, Tom se casa com a jovem Marion e vive uma vida dupla, fadada à tragédia.

My Policeman emociona pelo trágico, pela temática datada e desgastada que os filmes LGBT exploraram com tanto afinco nos últimos anos e, em 2022, chegam a ser cansativas para os gays. Retratar o cenário insalubre em que casais gays viviam em Londres ou outra cidade qualquer nos anos 50 pode ser importante para documentar, resgatar a memória do que a sociedade não pode mais ser.

Como disse: O filme não é uma obra prima, os críticos desceram o pau no filme, mas é uma história bem contata e vale a pena assistir.

Filme: Azul é a cor mais quente

O filme chamou minha atenção antes de ir vê-lo por toda a história das atrizes com o diretor e pelo fato das duas terem recebido a Palma de Ouro junto com ele.

Além disso, já esperava que um filme que mostra um casal homossexual causasse polemica, ainda mais com as tão faladas cenas de sexo,
Como em toda relação amorosa, o sexo está presente na vida do casal e o diretor não faz a mínima questão de esconder o ato ou deixá-lo implícito. Porém, o sexo, homossexual ou não, ainda é um tabu na sociedade.

As várias cenas de sexo não deixam ninguém indiferente: tem os que gostaram, os que ficaram chocados, os que acharam exageradas e por ai vai.
Os closes do filme são extremos.

A intimidade dos atores, principalmente de Adèle, é exposta de maneira quase que sufocante. Momentos em que ela fala enquanto come ou se debulha em lágrimas viram cenas que beiram a escatologia.

A história do filme é interessante, bastante realista. As duas atrizes parecem não atuar, mas sim viver a vida das personagens. O grande trunfo da história, para mim, não é retratar o amor entre duas mulheres, mas mostrar as diferenças entre as duas.

Emma é mais velha, já segura de sua sexualidade, artista, fez faculdade e tem aquele ar acadêmico, assim como seus amigos. Já Adèle é mais jovem, insegura em vários aspectos, não pretende seguir carreira acadêmica e quer apenas ser professora de crianças.

Esse desecontro de realidade e desejos tem um papel importante no filme e é a parte mais interessante da história. Acaba que muitas pessoas identificam-se com a jovem Adèle, muitas vezes perdida no mundo dos intelectuais que não lhe pertence.

Mas mesmo com um bom enredo, o filme ficou longo demais. Algumas cenas arrastaram-se sem motivos. As 3h poderiam ser 2h20, sem grandes perdas de conteúdo e sem prejudicar a compreensão da história.
Enfim, é um filme polemico que choca muitos dos que vão assistir e se prendem as partes de sexo.

Mas a atuação das duas atrizes é muito boa, o que, por si só, é um motivo para assisti-lo.

Filme: Divinas divas

Conheça a primeira geração de artistas travestis do Brasil. Rogéria, Valéria, Jane di Castro, Camille K., Fujica de Holliday, Eloína, Marquesa e Brigitte de Búzios formaram o grupo que testemunhou o auge da Cinelândia no Rio de Janeiro repleta de cinemas e teatros.

Um documentário de Leandra Leal muito sensível e verdadeiro. Esta disponível no Netflix. Vale muito assistir porque o Brasil é um pais sem memórias.

O filme é de 2016, mas nunca é tarde resgatar a memória LGBT brasileira 👍🏼