HIV e AIDS não são sinônimos

Caro leitor, em tempos de pandemia é sempre bom lembrar que um dia os homossexuais já foram o principal grupo de risco da AIDS.

Quase 40 anos depois não existe mais grupos de risco. O que existem são comportamentos de risco,  mas ainda somos a população que mais se contamina com o HIV no Brasil, justamente por conta do comportamento de risco: transar sem preservativo, compartilhar seringas ou objetos perfurocortantes sem esterilização.

A faixa etária com mais infectados é entre 19 e 35 anos. Isso se explica porque essa população nasceu quando a AIDS estava no seu auge, também ao longo de décadas a informação foi se perdendo com poucas campanhas de informação. Este é o principal motivo desde post e porque houve um crescimento expressivo de jovens lendo os artigos dos Grisalhos.

Saiba que HIV, é o vírus causador da AIDS. Contudo, é possível que uma pessoa infectada com HIV permaneça anos sem desenvolver nenhum sintoma. 

Enquanto isso, a AIDS é o estágio mais avançado da infecção pelo HIV e surge quando a pessoa apresenta infecções oportunistas que se aproveitam da fraqueza do organismo, como tuberculose e pneumonia, entre outras, por conta da baixa imunidade ocasionada pelo vírus.

Sexo é bom, mas com saúde é ainda melhor e cuidados são necessários. Saiba que há alguns anos existe a pílula do dia seguinte contra o HIV. Pesquise na Internet para saber o procedimento.

Fonte: Ministério da Saúde

Da balada gay para o infectologista

balada gay

Caro leitor, em recente visita ao meu infectologista para consulta de rotina, eu fiquei abismado com os relatos do Dr. Carlos sobre a quantidade de gays contaminados por HIV, Sífilis, HPV entre outras doenças sexualmente transmissíveis.

Mas o que chamou a minha atenção foram as novas doenças e bactérias adquiridas através de sexo oral, cunete e beijo de língua.

O meu amigo médico disse: Os gays da atualidade frequentam bares privados para pegaçâo ou festas temáticas e nesses ambientes as condições de higiene são insalubres e a Vigilância Sanitária faz vistas grossas e novas bactérias e doenças proliferam, além do vetor de contaminação: O ser humano.

Há casos de bactérias que infeccionam gengivas e afetam os dentes, além da língua e palato.

Na minha simples opinião isso acontece porque os gays querem beijar todos os homens numa noite ou chupar a maior quantidade de paus disponíveis e nem se incomodam ou pensam nas consequências.

Eu chamo esses personagens de party boy com a hiper-masculinização. Esse tipo malha seis vezes por semana, está sempre sem camisa e pode ser composto pelos mais variados tipos: muscle bears; twinks e os old fashion barbies do extinto clã da depilação. O que todos têm em comum? Estão dopados, felizes, suados e nunca preocupados com a segunda-feira. São esses que correm para o infectologista quando o problema aparece.

Na contramão do subconsciente coletivo, o culto ao falo nunca esteve tão na moda e os gays masculinizados frequentam bares privados e festas temáticas para mostrar seus dotes, dizem não gostar de anal e preferem lamber, chupar ou ser chupado.

As baladas da atualidade fazem festas regulares temáticas como a festa dos pelados, dos safados, dos roludos, etc.

É sabido também haver certa resistência à prática de sexo anal, talvez por memória da infância à AIDS ou porque a troca de parceiros é rotineira e a pegada do momento é curtir o corpo preferencialmente sarado, depilado com ou sem tatoo e os dotados fazem a festa.

Nesse redemoinho de corpos suados em ambientes fechados, o perfume não esconde os possíveis focos de contágio e lá vai o bofe procurar um infectologista para exames e constatações tristes de contaminações jamais imaginadas.

O Dr. Carlos numa conversa rápida disse haver num grupo de dez pacientes, todos homens gays entre 25 e 45 anos, cinco infecções por sífilis, duas por HIV ou HPV e outros como cancro, gonorréia ou bactérias gengivais.

Enfim, é um novo mundo com novas formas de relações sexuais, sexo livre e sem nenhuma consciência porque o importante é o momento presente. A promiscuidade é disfarçada por encontros furtivos que não duram nem quinze minutos e no momento seguinte já está procurando outro parceiro para chupar um pau, enfiar a língua numa boca qualquer ou se permitir ter o cu chupado até às hemorroidas.

Depois todas as façanhas do final de semana são relatadas em pequenos textos com detalhes nas redes sociais.

Todo cuidado é pouco, é necessária uma mente atenta aos perigos das relações casuais.

Observando o cotidiano dos gays

museu clara nunesCaro leitor, desde o começo de outubro eu estou definitivamente aposentado e já iniciei uma nova etapa da minha vida sem os compromissos, principalmente com o relógio. Nada de correria ou preocupações demasiadas com as responsabilidades do trabalho, pois desde os meus quinze anos eu não sabia o que era ficar mais de dois ou três meses sem trabalho e no último deles passei quase trinta anos.

Nesta nova fase eu ouvi do meu companheiro o seguinte:

Agora é a hora de aproveitar a vida sem pressa, observar os detalhes do cotidiano e cuidar da saúde porque sem ela nada é possível.

Confesso que a situação é nova, mesmo eu esperando há mais de dez anos por este momento. Agora sou um gay aposentado e diferentemente de outras gerações eu percebo que a minha está mais preparada para viver a velhice com dignidade.

A homossexualidade não é empecilho para realizar outros sonhos pessoais. Eu sei que daqui para frente o tempo passará lento, mas quando eu perceber decorrerá uma década.

Outro dia numa conversa com um vizinho, eu pude observar como a vida do gay idoso não é fácil. Imagine então sendo gay, judeu e com idade beirando os 65 anos?

Ao ouvir atentamente o que o meu interlocutor dizia, o que ficou evidente foi a solidão, não física, mas emocional, porque ele tem um bom padrão de vida, mas não tem relacionamento estável, é de poucos amigos e passa os seus dias entre os afazeres do prédio e algumas saídas para um café nas tardes solitárias de São Paulo.

Não é isso o que eu quero para mim e aos poucos vou me enturmar e fazer trabalho voluntário com pessoas LGBT porque é necessário retribuir à sociedade as minhas conquistas.

Existem gays que se isolam porque durante a vida sofreram repressão da família e da sociedade e este isolamento é uma forma de vingança que não leva a nada.

Hoje mais do que nunca eu sou um observador do cotidiano das pessoas e particularmente dos gays. Quando eu tinha 21 anos a AIDS assombrou o mundo e toda a comunidade homossexual. Passados quase quarenta anos eu me pego a pensar sobre os sobreviventes dessa doença terrível e vez ou outra eu encontro gays da minha geração vivos e saudáveis.

Ontem caminhando numa Rua de São Paulo encontrei um deles e fiquei feliz, primeiro por reencontrá-lo e segundo porque ele me disse que após o advento do HIV a sua vida mudou completamente a começar pelo comportamento na busca por parceiros. A promiscuidade tão falada no nosso meio deu lugar a escolhas pontuais e relacionamentos saudáveis e verdadeiros, o que o fez sumir dos guetos para viver a sua vida e hoje com sessenta anos ele nem pensa mais naquilo e eu disse ser importante jamais esquecer os acontecimentos do passado porque aquilo foi uma verdadeira tragédia não anunciada.

É preciso refletir com cautela sobre a finitude da vida e o nosso papel neste mundo, seja para não fazer nada na velhice ou preenche-la com coisas boas e saudáveis. Eu gosto de viajar e desde outubro ainda não parei uma semana em casa. Já rodei por Londrina e Maringá e recém cheguei de Belo Horizonte e cidades históricas mineiras, além de uma visita especial à cidade de Caetanópolis e Cordisburgo terra de Guimarães Rosa.

Fica a dica:

Ao pessoal da minha geração que curtiu a cantora Clara Nunes eu recomendo uma visita ao seu Instituto e Memorial na cidade de Caetanópolis em Minas.

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