Os homossexuais na visão de Bolsonaro

Caro leitor, o texto a seguir é do jornalista Caio Matos e foi publicado no site do Congresso em Foco no dia 25 de setembro de 2022.

Hoje faz dois meses que eu não publicava nenhum artigo, justamente durante o período político, porque eu optei por manter o silêncio para me preservar e não entrar em discussões desnecessárias.

Eu acho mais do que necessário registrar ou duplicar ações que mostrem a verdade e porque temos um governante que além de homofóbico quer eliminar e colocar para debaixo do tapete todos os homossexuais do país.

Eis o texto:

O presidente Jair Bolsonaro (PL) nunca escondeu suas “opiniões” sobre os homossexuais e os demais membros da comunidade LGBTI+. Durante seus 27 anos na Câmara dos Deputados, Bolsonaro ganhou fama por discursos polêmicos e cheios de preconceito, direcionados para sua base conservadora.

As falas do então deputado federal lhe renderam aparições em programas de TV, documentários e entrevistas para jornais e revistas, que o ajudaram a conquistar cada vez mais seguidores e se projetar para um público maior.

O próprio Bolsonaro já reconheceu que isso aumentava o seu alcance. Durante uma entrevista coletiva na Câmara, o deputado ironizou os repórteres que lhe faziam perguntas: “parabéns, estão me promovendo”. Na ocasião, Bolsonaro afirmou que os homossexuais “que têm que nos respeitar” e que a “minoria tem que se calar e se curvar a maioria”.

Em 2014, Bolsonaro participou de um programa de TV para debater sobre a exibição do primeiro beijo entre dois homens em uma novela da Rede Globo. O deputado afirmou que o beijo e demonstrações de afeto em público por homossexuais eram coisas “agressivas” e que “a sociedade é ofendida, a família é ofendida” pelos atos.

Bolsonaro foi um ferrenho opositor do Projeto de Lei da Câmara (PLC) 122/2006, que criminalizava a homofobia e crimes resultantes da discriminação ou preconceito de gênero, sexo, orientação sexual e identidade de gênero. O deputado alegava que o projeto era contra a família brasileira, pois “qualquer coisa” poderia ser interpretada como homofobia.

Como exemplo para defender sua tese, Bolsonaro utilizou a própria homofobia: “Se eu quero contratar um motorista para levar o meu filho no Ensino Fundamental. Se eu perceber que ele é homossexual, eu vou contratá-lo? É um direito meu”, afirmou.

Durante a participação em um programa de entrevistas, Bolsonaro se posicionou veementemente contra a educação sexual, afirmando que não se deveria “ensinar para a criança que ser gay é normal” e que não deixaria o próprio filho brincar com um filho adotado por um casal de homossexuais.

O presidente também já defendeu que os pais agredissem fisicamente os filhos para “mudar o comportamento” deles, caso suspeitassem que o filho fosse homossexual.

Bolsonaro participou do documentário “Stephen Fry: Out There”, elaborado pelo ator britânico em 2013 e que abordava a homossexualidade pelo mundo. Na entrevista, o deputado afirmou que “nenhum pai tem orgulho de ter um filho gay” e que “a sociedade brasileira não gosta de homossexuais”.

Apesar de suas falas homofóbicas, Bolsonaro encerrou sua participação destacando que “não existe homofobia no Brasil”.

Para finalizar, se este homem for reeleito, eu espero que não, o Brasil viverá mais quatro anos no obscurantismo das liberdades sexuais e pessoais porque ele sabe que a pauta de costumes sempre rendeu muitos dividendos eleitoreiros e ele tem o apoio da maioria das classes A,B e C e de uma parcela da classe D, justamente porque o Brasil é um país predominantemente preconceituoso.

Também, se você é aposentado como eu, deve observar que nos últimos quatro anos o seu rendimento mensal perdeu feio para a inflação e há rumores de que poderá ficar pior em anos vindouros, pois este político é um péssimo presidente, um dos piores da história do Brasil

Eu, sinceramente, espero que este retrocesso termine a partir de 2023.

A educação financeira para os gays

pinkmomey

Caro leitor, eu não sou coach e nem guru, mas a minha vida profissional me fez experiente nas questões financeiras.

Formado em Contabilidade e Tecnologia da Informação, durante mais de vinte e cinco anos eu sempre poupei para usufruir após a aposentadoria.

Hoje eu tenho 60 anos, estou aposentado há 5 anos e parei de trabalhar há 2 anos.

O que contribuiu para eu ter um discernimento sobre o assunto foram as aulas de lógica na faculdade e a vivência como gestor na área financeira.

Hoje a Internet está repleta de cursos, vídeos e palestras sobre o assunto, mas de cada cem interessados apenas um ou dois obtém sucesso no planejamento financeiro.

No meio gay esse índice é maior por conta de todas as situações sociais que nos envolvem e nos obrigam a lutar por nossa independência social e financeira, apesar de observar muitos gays maduros ou idosos aposentados e vivendo com dificuldades, sem plano de saúde e reserva financeira para emergências comuns na terceira idade.

Todos os conceitos a seguir fizeram e ainda fazem parte da minha vida pessoal e eu espero que de alguma forma possa contribuir para um aprendizado nada fácil porque não fomos educados para fazer gestão financeira.

Tudo o que eu escrever aqui pode não servir para você, porque cada um tem sua vida e sua história com cenários diversos. Pode ser útil principalmente aos jovens que estão iniciando a vida profissional.

Vamos lá, as regras são simples e requer apenas dedicação e foco nos objetivos:

  1. Não tenha apenas uma fonte de renda;
  2. Pague mensalmente a você parte do que você recebe como profissional;
  3. Pense antes de contrair uma dívida;
  4. Aprenda a cortar despesas;
  5. Economizar sempre para usufruir no futuro;

Essas cinco condições são suficientes para ter uma boa, senão excelente condição financeira na velhice seja você um funcionário do setor público, privado ou autônomo.

Se você é trabalhador assalariado e registrado no regime da CLT, procure ter uma segunda atividade profissional, pois mais do que uma fonte de renda adicional, aumentará o seu capital da poupança.

A segunda atividade não precisa ser fixa e pode ser eventual.

O ideal é começar a poupar antes dos 30 anos e nunca ultrapassar os 40 anos de idade, caso contrário você não terá tempo para programar uma boa reserva financeira.

Exemplo:

  • Poupar durante 25 anos

O valor mensal da poupança deve ser igual a 10% do seu salário bruto;

O valor mensal da poupança para sua segunda atividade deve ser igual a 20% do ganho bruto mensal (fixo ou eventual);

O valor anual da poupança adicional deve ser igual a 50% do seu décimo terceiros salário;

O seu FGTS – Fundo de garantia somente poderá ser usado para quitar parcela de financiamento da casa própria; Lembre-se que é recolhido mensalmente 8% do seu salário;

Ao final do período estipulado, se você ganha $5.000,00 terá aproximadamente, R$ 212.500,00 + correção + Saldo da poupança do 13% salário + Saldo da Poupança da segunda atividade + poupança de supérfluos + Saldo FGTS;

Parece pouco? Não é, pois essa reserva estará próxima a R$ 500.000,00.

Durante esses anos você pode economizar mais e vai depender do seu modo de vida e como você gasta o seu dinheiro. Pense antes de contrair uma dívida. Também, surgirão contingências durante o percurso e mesmo que você precise utilizar das suas reservas, quando voltar à normalidade deverá repor o que tirou, bem como, guardar o que deixou para trás.

  • A economia não é mensal, é diária.
  • Os pequenos gastos consomem o seu salário;
  • Não pague juros aos bancos ou financeiras, compre à vista;
  • Não faça compras para pagar no futuro, exceto a casa própria;
  • Controle os seus gastos e poupança através de planilhas;
  • Não empreste dinheiro a terceiros;
  • Seja apenas avalista de si mesmo;

Se você seguir todas as regras, ao final de 25 anos você terá uma reserva financeira estimada em R$1.000.000,00.

Parece pouco? Não é, lembre-se que o salário médio mensal foi de R$5.000,00 durante 25 anos. Ainda assim, garante um rendimento anual de aproximadamente R$ 65.000,00 ou R$ 5.400,00 por mês e sem depender de aposentadoria, pública ou privada.

Um ditado que eu aprendi com um professor de economia na faculdade:

Você pode ter dívida com todo mundo, menos com você mesmo!

É comum observar pessoas que quando recebem o salário já estão endividadas outras optam por poupar e isso independe de fórmulas mágicas. Esta regra escrita aqui é apenas uma, existem outras formas de poupar e cada indivíduo utiliza aquela mais próxima da sua realidade.

Regra: Primeiro receba o salário, coloque na planilha e ai acrescente as despesas incluindo o pagamento de 10% feito a você.

  • Não gaste antes de receber salários.
  • As suas despesas mensais não podem ultrapassar as suas receitas;

O segredo: tudo na vida é questão de lógica;

  • Não mantenha o seu dinheiro na poupança, diversifique suas aplicações para ter melhor rentabilidade;
  • Não exagere no consumo para inibir ansiedade;
  • Planejar antes de contrair dívida; seja a casa própria, a faculdade, um carro ou viagens;
  • Se ao final do mês sobrar dinheiro poupe o excedente;
  • Evite imóveis como forma de investimento, no máximo mais um além do seu, porque numa contingência você precisará de dinheiro disponível para emergências.

Tudo nesta vida é regido pela lógica das situações, portanto, aprenda a enxergar a lógica das coisas e você perceberá que estamos cercados por todos os lados por um marketing agressivo que nos impulsiona ao consumo, bem como, os cenários mudam a todo instante, como a inflação, mudança de moeda do país, recessão econômica, emergências médicas ou desemprego.

Quem observa o cotidiano encontra oportunidades para poupar, mesmo que seja uma simples garrafa de água mineral.

Durante 25 anos é possível ter uma vida boa, sem luxos ou extravagâncias, pagar todas as despesas mensais, poupar e ainda curtir a vida.

Após esse período o que vier é lucro, o importante é ter saúde para usufruir o quanto antes tudo o que poupou. Não envelheça no trabalho porque o tempo passa rápido e a vida é curta!

A velhice chegou, e agora?

A cultura gay em transformaçãoCaro leitor, estou aqui novamente para falar um pouco mais sobre a velhice.

O assunto é recorrente por conta dos meus cinquenta e oito anos de idade e das pessoas que fazem parte do meu círculo pessoal e social, além de leitores que sempre escrevem relatando as dificuldades de assimilar esta nova etapa da vida.

Nem sempre percebemos as mudanças porque elas são lentas e as transformações físicas e psicológicas variam de pessoa para pessoa.

No meio gay é comum perceber a senilidade prematura, principalmente nos homens e isso não tem explicação acadêmica, porque o envelhecimento precoce é decorrente de uma série de fatores.

A velhice prematura ocorre por conta do isolamento social, pois a maioria mora sozinha, não tem muitos amigos, não tem companheiro fixo ou relação estável, não tem parentes ou vive distante. Isso vale para ricos e pobres. Outros fatores estão relacionados a problemas de saúde e mobilidade.

O mundo moderno dá aos seres humanos a individualidade e o livre arbítrio, em contrapartida causa efeitos colaterais irreversíveis nos relacionamentos sociais. Viver no armário tanto faz, porque não será o armário aberto que vai mudar o cenário – Isso chama-se Isolamento Social.

Sou homossexual, moro sozinho, tenho poucos amigos, tenho companheiro há mais de nove anos, meus parentes não estão presentes no meu dia-a-dia. Não tenho problemas crônicos de saúde, ainda tenho mobilidade e a minha renda é suficiente para os meus gastos e para ter uma velhice digna.

Eu imagino que numa condição igual ou melhor que a minha, não existem nem vinte por cento dos coletivos LGBT.

É o que eu sempre digo: Quando somos jovens não pensamos na velhice, porque ela está bem distante e poucos plantam para colher no futuro. Isso é comum, principalmente, no Brasil.

Os gays têm dificuldades em aceitar e compreender a velhice, salvo os casos daqueles que gostam de pessoas maduras para relacionamento, pois a convivência de alguma forma ajuda a ter uma visão mais realista da vida dos idosos, mas ainda assim, não é a mesma coisa, porque a velhice é individual e intransferível!

O isolamento social é próprio dos idosos, gays ou não, porque a sociedade nos vê como improdutivos, além da incapacidade funcional porque com o passar do tempo perdemos as habilidades de realizar tarefas que fazem parte do nosso cotidiano.

Ainda assim, não é o fim do mundo. É importante perceber todas as mudanças que acontecem na nossa vida, sejam elas físicas, emocionais e psicológicas.

Alguns sofrem mais, outros menos, mas é necessário colocar em prática tudo o que aprendemos durante a vida e ter objetivos de curto prazo.

A velhice chegou e com ela uma série de questionamentos pessoais, principalmente, quanto à finitude da vida. Com certeza isso vai martelar sua cabeça e se você não dá conta de resolver sozinho e tem condições financeiras, procure um especialista. Na falta do profissional, os poucos amigos podem ser uma solução. Conversar e abrir o jogo sobre o que está acontecendo, para não somatizar em problemas físicos.

Não faça planos de longo prazo, isso já deveria ter sido resolvido no passado. Na velhice cinco anos é muito tempo, é necessário viver HOJE de uma forma simples.

Quer queira ou não você já está vivendo na velhice, mesmo que o seu cérebro seja de um adolescente, o corpo está em transformação e em decadência. Aí é aceitar e aceitar.

1º passo – Cuidar da saúde

Se você não tem doenças crônicas já é meio caminho para um bom envelhecimento, porque ficar com restrições de locomoção é um grande problema.

É preciso criar o hábito de fazer exames anualmente para coleta de sangue e outros exames específicos, com geriatra, dentista, infectologista, proctologista, urologista, ortopedista, pneumologista e cardiovascular. Essa rotina ajuda a prevenir doenças invisíveis e sem sintomas.

O câncer de próstata está entre as doenças que mais dizimam os gays na velhice.

Se você frequentou ou frequenta saunas, fique atento às doenças sexualmente transmissíveis, as DSTs. Os gays têm propensão em adquirir sífilis, herpes, HPV e AIDS.

Se você frequentou bares e boates, fique atento à dependência de álcool e drogas lícitas ou ilícitas, pois tem que ser tratada, senão é problema na certa. Fígado, pâncreas, pulmões e intestino corroído são os problemas mais comuns.

Outro problema comum são as hemorroidas. Não tenha medo, não sofra e faça uma cirurgia.

2º passo – Cuidar da mente

Com o envelhecimento ficamos vulneráveis a situações diversas. Cada indivíduo tem vivencias diferentes e quer queira você ou não, ser gay ou bissexual é um problema porque a sociedade é o inquisidor de plantão.

Se você não tem problemas psicológicos é um sortudo, porque cuidar da mente requer coragem para enfrentar horas intermináveis com um analista, um psicólogo e até psiquiatra. Isso passa necessariamente por sua condição de homossexual.

É possível ter uma velhice digna aceitando-se a si mesmo! Já escrevi que você não precisa dizer para todo mundo sobre suas preferências sexuais e o século XXI permite a você viver sua individualidade sem precisar dar satisfações a ninguém.

Os problemas mais comuns são: ansiedade e depressão e junto com ela vem a melancolia, a tristeza e a sensação de vazio.

3º passo – Cuidar da vida

Você trabalhou a vida inteira para um dia parar de trabalhar, pois bem, chegou a hora de aproveitar e colher tudo o que você plantou.

Depois de cuidar da saúde e da mente, é chegada a hora de cuidar de você. Socialize com os seus pares, busque parceiros para sexo eventual, casual ou quem sabe uma relação estável.

As tecnologias afastam as pessoas do diálogo, mas por incrível que pareça para os gays elas são ferramentas de aproximação, para encontros, flertes e paqueras. Tomando os cuidados necessários para não cair em armadilhas.

Observe o mundo à sua volta e perceba que a vida pulsa freneticamente, seres humanos vão e vem de todos os cantos da sua cidade.

Agora é o tempo de você fazer o que você quiser. Se quer ficar na cama até tarde, tudo bem, mas é preciso estar em movimento, fazer caminhadas, planejar viagens curtas ou longas e criar rotinas mais flexíveis e principalmente fazer coisas prazerosas, como leitura, cinema, teatro e porque não festas, bares, boates, saunas. Vá procurar alguém para compartilhar a vida e o pouco tempo que lhe resta, afinal você já viveu mais de 2/3 do seu tempo neste planeta. 

Os gays levam tantas porradas durante a vida que ficam insensíveis às causas sociais, fecham-se ainda mais no armário, é cada um cuidando da sua vida e não estão nem aí para o seu semelhante, seja ele homo ou não. Eu conheço homossexuais maduros e idosos que vivem uma vidinha insignificante e se acham os maiorais, intocáveis numa redoma de vidro.

Se cada um de nós procurar ajudar o próximo, a começar por nossos iguais LGBT o mundo será melhor no futuro.