Caro leitor, a sexualidade humana nos surpreende a cada dia e quanto mais lemos mais aprendemos sobre o comportamento da pessoas.
Nos últimos anos a psicologia nos apresentou diversos tipos de orientação sexual e uma delas é o autossexual.
Longe de parecer uma masturbação simples, ser gay não se baseia apenas em proporcionar prazer, mas no que acontece com uma pessoa autossexual é que ela só sente prazer consigo mesma, ela gosta, você quer, quer, sente-se apaixonado por sua pessoa, por si mesmo.
As pessoas dizem que uma pessoa é autossexual quando sua fonte de atração se concentra em sua própria pessoa. É como uma maneira de nutrir o amor por si mesmo. De fato, podemos até confundi-lo com transtorno de personalidade narcisista, um distúrbio que inclui sintomas como: falta de empatia, necessidade incessante de admiração, senso excessivo de auto-importância, … autossexual é algo muito diferente.
Além do mais, alguns especialistas afirmam que o auto-sexo é egocêntrico ou falta de empatia.. No entanto, existem outras variáveis, porque os homossexuais se sentem mais confortáveis sexualmente quando estão em seu próprio mundo, enquanto os narcisistas querem atenção.
Tampouco a autossexualidade está associada à falta de empatia ou desejo de agradar aos outros, sexualmente ou não, mas é uma preferência por experiências sexuais particulares e pessoais.
História real:
Nos anos 1980, eu conheci um homem de meia idade que frequentava os bares na Rua Vieira de Carvalho no centro de São Paulo, ele morava sozinho e saia à noite apenas para encontrar gays que gostavam de vê-lo se masturbando, em muitos casos ele até pagava para ser visto, apreciado a até fotografado. Naquela época o máquina fotográfica era a coqueluche do momento. 😂
Eu nunca sai com ele, mas um amigo me contou as aventuras com aquele senhor. Após encontrar um parceiro ele deixava claro que não gostava de sexo a dois, apenas queria companhia para se masturbar, acariciar e apreciar o próprio corpo na presença de outro homem. Ele dizia sentir verdadeiro tesão por ele mesmo, achava o seu corpo uma delícia e havia mais de dez anos estava apaixonado por ele mesmo.
O apartamento daquele homem era decorado com muitos espelhos, no banheiro, na sala e no quarto e havia espelho até no teto acima da cama. Tudo isso indicava um comportamento anormal, mas já nos anos 2000, a psicologia explicaria aquela tendência sexual.
O mais triste nesta história é que aquele homem vivia sozinho e não se permitia conviver socialmente com outras pessoas e era uma vida vazia. Os raros encontros com outros homens eram para saciar seus desejos por si mesmo. A masturbação e a auto introdução de dedos e outros objetos no próprio ânus, bolinar os mamilos, acariciar o corpo inteiro, lamber a própria pele e se beijar em frente a um espelho eram atos impensados até pouco tempo.
Outro comportamento era o auto-romantismo, dedicar horas do dia para ouvir música, se presentar, dançar sozinho abraçado a si mesmo e dormir agarrado entre os próprios braços.
Enfim, naquela época os gays frequentadores dos bares diziam que aquele senhor era louco, mas pelo que me lembro de louco ele não tinha nada, muito pelo contrário, era inteligente, formado em direito e servidor público de carreira. Ele passava despercebido em meio aos frequentadores do guetos gays da cidade.
Nota: Autossexual não é exclusividade dos gays, isso ocorre com mulheres e homens e quando se percebe do que gostam não se identificam como gay, bissexual ou hétero.