Homossexualidade não é doença

Caro leitor, há 32 anos, em 17 de maio de 1990, a Organização Mundial da Saúde (OMS) retirou a homossexualidade da classificação internacional de doenças; desde então, a data virou símbolo da luta por direitos humanos e pela diversidade sexual, contra a violência e o preconceito, dando origem ao Dia Internacional contra a Homofobia.

Para aqueles que não sabem, a homossexualidade passou a ser vista como patologia no fim do século 19, e era chamada de homossexualismo, por conta do psiquiatra alemão Richard Von Kraff Ebing que definiu como um distúrbio degenerativo.

Essa crença rendeu uma série de preconceitos médicos por quase 100 anos. De acordo com a OMS, após a retirada da homossexualidade do CID, houve uma rejeição das terapias de conversão e de conceitos como a cura gay, procedimentos que não possuem embasamento científico.

Atualmente existe uma conscientização maior de que a identidade transgênero também não se qualifica como um distúrbio.

A data é celebrada no mundo inteiro, com marchas e diversos eventos para conscientização das pessoas.

Nota: Imagem History Channel

Gays autossexuais

Caro leitor, a sexualidade humana nos surpreende a cada dia e quanto mais lemos mais aprendemos sobre o comportamento da pessoas.

Nos últimos anos a psicologia nos apresentou diversos tipos de orientação sexual e uma delas é o autossexual.

Longe de parecer uma masturbação simples, ser gay não se baseia apenas em proporcionar prazer, mas no que acontece com uma pessoa autossexual é que ela só sente prazer consigo mesma, ela gosta, você quer, quer, sente-se apaixonado por sua pessoa, por si mesmo.

As pessoas dizem que uma pessoa é autossexual quando sua fonte de atração se concentra em sua própria pessoa. É como uma maneira de nutrir o amor por si mesmo. De fato, podemos até confundi-lo com transtorno de personalidade narcisista, um distúrbio que inclui sintomas como: falta de empatia, necessidade incessante de admiração, senso excessivo de auto-importância, … autossexual é algo muito diferente.

Além do mais, alguns especialistas afirmam que o auto-sexo é egocêntrico ou falta de empatia.. No entanto, existem outras variáveis, porque os homossexuais se sentem mais confortáveis sexualmente quando estão em seu próprio mundo, enquanto os narcisistas querem atenção.

Tampouco a autossexualidade está associada à falta de empatia ou desejo de agradar aos outros, sexualmente ou não, mas é uma preferência por experiências sexuais particulares e pessoais.

História real:

Nos anos 1980, eu conheci um homem de meia idade que frequentava os bares na Rua Vieira de Carvalho no centro de São Paulo, ele morava sozinho e saia à noite apenas para encontrar gays que gostavam de vê-lo se masturbando, em muitos casos ele até pagava para ser visto, apreciado a até fotografado. Naquela época o máquina fotográfica era a coqueluche do momento. 😂

Eu nunca sai com ele, mas um amigo me contou as aventuras com aquele senhor. Após encontrar um parceiro ele deixava claro que não gostava de sexo a dois, apenas queria companhia para se masturbar, acariciar e apreciar o próprio corpo na presença de outro homem. Ele dizia sentir verdadeiro tesão por ele mesmo, achava o seu corpo uma delícia e havia mais de dez anos estava apaixonado por ele mesmo.

O apartamento daquele homem era decorado com muitos espelhos, no banheiro, na sala e no quarto e havia espelho até no teto acima da cama. Tudo isso indicava um comportamento anormal, mas já nos anos 2000, a psicologia explicaria aquela tendência sexual.

O mais triste nesta história é que aquele homem vivia sozinho e não se permitia conviver socialmente com outras pessoas e era uma vida vazia. Os raros encontros com outros homens eram para saciar seus desejos por si mesmo. A masturbação e a auto introdução de dedos e outros objetos no próprio ânus, bolinar os mamilos, acariciar o corpo inteiro, lamber a própria pele e se beijar em frente a um espelho eram atos impensados até pouco tempo.

Outro comportamento era o auto-romantismo, dedicar horas do dia para ouvir música, se presentar, dançar sozinho abraçado a si mesmo e dormir agarrado entre os próprios braços.

Enfim, naquela época os gays frequentadores dos bares diziam que aquele senhor era louco, mas pelo que me lembro de louco ele não tinha nada, muito pelo contrário, era inteligente, formado em direito e servidor público de carreira. Ele passava despercebido em meio aos frequentadores do guetos gays da cidade.

Nota: Autossexual não é exclusividade dos gays, isso ocorre com mulheres e homens e quando se percebe do que gostam não se identificam como gay, bissexual ou hétero.

A saúde mental dos gays na quarentena

Caro leitor, o tempo passa e o isolamento se prolonga por quase dois meses e a situação mental das pessoas, inclusive dos gays tende a se deteriorar com situações de tédio, estresse e ansiedade.

Se para os gays jovens é difícil ficar confinado mesmo com todas as tecnologias disponíveis, imagine para os gays da terceira idade, principalmente aqueles que vivem sozinhos ou possuem alguma comorbidade.

As situações variam de acordo com a realidade de cada um, mas é real a vulnerabilidade psicológica pois a maioria está em casa e a TV não dá trégua nas notícias e predominam as ruins: morte, sofrimento, isolamento e angústia são alguns ingredientes para o cérebro acumular descargas elétricas que alteram a realidade e transformam o cotidiano num cenário caótico e pessimista.

Eu mesmo já não aguento mais essa espera por dias melhores e observe que estou numa chácara no interior e com duas pessoas ao meu lado. É preciso muito equilíbrio emocional e ser mais racional.

Aqui no meu isolamento eu procuro ocupar as horas do dia com tarefas, além de leitura, caminhadas dentro do perímetro da chácara e uma hora por dia observo os pássaros e a natureza, mas poucos tem este privilégio.

A saúde mental dos gays vai deteriorar, principalmente dos mais vulneráveis e dos grupo de risco, além de tantos outros que perderam ou perderão seus empregos.

A longa espera ainda longe de terminar é indicativo de mais problemas, porque após essa pandemia será necessário correr por ajuda de profissionais para auxiliar na retomada do equilíbrio. A vida jamais será igual e tudo será diferente.

As neuroses estão à mostra com doenças psicológicas que se acumulam lentamente ao longo do tempo e quanto mais demorar o controle da pandemia maiores serão os problemas e as pessoas envolvidas. O verbo corrente é sobreviver.

Um dos pensamentos é sobre a morte. Será que serei contaminado? Se ficar doente eu vou sofrer e morrer? Meu Deus eu acho que chegou a minha hora.

Essas indagações a si mesmo são os primeiros sinais do desequilíbrio mental. A preocupação com a morte é normal como também a falta de emprego e perpectivas futuras incertas, mas ideias fixas sobre situações dessa natureza apenas somatizam doenças psicológicas.

Ontem recebi um e-mail de alguém dizendo ter sonhos recorrentes sobre ter contraído a doença e acredita que isso é mau presságio.

Outro amigo está neurótico com a limpeza do apartamento e já passou álcool em gel pelo menos umas vinte vezes ao dia nas maçanetas das portas. O banheiro é desinfetado três vezes ao dia. Ele toma banho com sabão em pedra com alto teor de soda. Todas essas atitudes são anormais. 😱

Mas o pior é não sair do telefone para saber se algum parente ou pessoa conhecida se infectou, no smartphone troca mensagens sempre esperando notícia ruim e na frente da TV pessoas são números nas estatísticas. Já perdeu quatro quilos, não se alimenta direito e vai na contramão de todos que comem demais por ansiedade. Ele tem 54 anos e disse ter medo da morte por coronavirus mais do que teve medo no início da disseminação do HIV.

Eu sei que a Covid-19 é coisa séria e com transmissão rápida, não tem vacina ou remédio comprovado, mas os absurdos e comportamentos anormais estão infectando o cérebro de muita gente. As estatísticas mostram índices baixos de mortalidade, mas a dúvida gera insegurança para todos.

Os gays jovens e idosos de classes sociais mais altas já buscam serviços de psicólogos e apoio de profissionais da saúde mental através da telemedicina em plataformas digitais. Os menos favorecidos ficarão à margem para tratamentos psicológicos durante e depois de tudo isto passar, parcialmente ou em definitivo.

Portanto, é necessário fugir das notícias ruins, tomar todas as precauções de higiene, uso de máscara e distância social, além de somar diariamente pensamentos positivos, relaxar, meditar e tornar o seu cotidiano o mais normal possível porque doenças mentais podem se tornar crônicas e de difícil tratamento.