A homossexualidade dos outros

Simples assim…
— Não concordo com a homossexualidade.
— Mas você é gay???
— Não.
— Então o que você tem a ver com a sexualidade dos outros???
— Ah, é que vai destruir a família!!!
— A sua família???
— Não, a minha não.
— Então o que você tem a ver com a sexualidade dos outros???
— É que não é natural!!!
— Hum… Você é Biólogo???
— Não.
— Então você é Antropólogo???
— Também não!!!
— Astrólogo???
— Não!!!
— Então o que você tem a ver com a sexualidade dos outros???
— É que Jesus disse que é uma aberração!!!
— Na verdade, não disse não, nem uma única palavra a respeito!!!
— Não. Mas tá escrito na Bíblia.
— Tá sim, lá no Velho Testamento, que também proíbe comer porco e camarão, sentar em uma cadeira que foi usada por uma mulher menstruada, acender a luz no sábado. Você evita tudo isso???
— Não.
— Então o que você tem a ver com a sexualidade dos outros???
— EU NÃO GOSTO!!!
— Ah, então o problema não é família, nem a natureza das coisas, nem os astros, nem a descendência, nem a suposta “opinião” de Jesus… O problema é que você não gosta, certo???
— É!!! Não gosto!!!
— MAS ENTÃO, MEU ANJO, O QUE VOCÊ TEM A VER COM A SEXUALIDADE DOS OUTROS???

Texto: Michel Tiso de BH

Sugar daddy

Caro leitor, no universo gay o verdadeiro Sugar Daddy é um homem experiente, confiante, bem-sucedido, que trabalha muito, e por isso, é muito próspero. Um Daddy gosta de compartilhar suas riquezas, conhecimentos e momentos com o seu Sugar Baby.

Isso quer dizer que todo homem maduro e rico é um Sugar Daddy? Não!

O fator generosidade é, normalmente, o que pode diferenciar um Sugar Daddy de um Salt Daddy (termo que caracteriza um Daddy mão-de-vaca).

Portanto, quando um jovem, determinado e com objetivos esclarecidos, um Sugar Baby, procura por um homem maduro, generoso, com um networking muito bem estabelecido, um Sugar Daddy, ele espera aprender coisas novas, ganhar mimos e viver momentos incríveis em viagens pelo mundo!

Este personagem está em alta no Brasil por conta de diversos fatores, o principal é a necessidade do jovem gay ascender socialmente o mais rápido possível, além da falta de expectativas quanto à geração de renda e o tempo para obter sucesso financeiro.

O sugar daddy nada mais é do que um cliente que contrata um michê pagando altas quantias de dinheiro por entretenimento e sexo.

No cotidiano dos gays esta geração de sugar daddies tem idade superior a 40 anos, frequenta academias, possui carro do ano e circula nos grandes centros urbanos à procura de jovens gays pobres, bonitos, de corpo atlético, boa verbalização da língua portuguesa e com algum potencial de subir na escala social.

Invariavelmente, esses jovens não frequentam faculdade e poucos possuem trabalho fixo e a maioria é desempregado que passa o dia em aplicativos de relacionamento gay à procura de homens bem sucedidos.

Os sugar babies criam contas nas redes sociais e aplicativos +18 como o Onlyfans para chamar a atenção do sugar daddy com a finalidade exclusiva de fisga-lo para entrar no mundo do consumo, dos mimos e da vida fácil.

Com a pandemia e a reclusão social, os aplicativos de pegação passaram a ser o principal canal de comunicação entre sugar daddies e babies.

Recentemente um garoto de programa de São Paulo processou um sugar daddy de Botucatu no interior de São Paulo porque ele não cumpriu com as promessas feitas com o pagamento dos serviços prestados. Pior notícia é que a justiça na capital é favorável ao profissional do sexo.

O sugar daddy sempre existiu mas não era tão cobiçado como nos dias atuais porque não se expunha e buscava os seus boys na noite e nos guetos das cidades sempre no anonimato.

O comportamento do daddy é similar em qualquer lugar do mundo. Pagam os favores sexuais com mimos, presentes, viagens e dinheiro. Esses favores causam tesão e geram falsa sensação de segurança quando na verdade são inseguros e precisam de afirmação perante conhecidos e amigos.

É mais um estereótipo no mundo dos gays 😂

Sinopse de 2020: mundo gay em 10 minutos

Caro leitor, estamos chegando ao fim de mais um ano, este foi difícil e com muitas restrições, principalmente, para as pessoas idosas.

Eu penso muito sobre saúde e qualidade de vida porque isso é o pilar de uma velhice digna e menos traumática.

A sabedoria nos faz colocar um pé atrás em atitudes porque ninguém quer adoecer e os efeitos posteriores à uma infecção são devastadores.

Para nós gays idosos este foi um ano onde passamos “quase” em branco, confinados, mobilidade reduzida, sem interações sociais, sem amigos e sem sexo, salvo raras exceções.

Quem tem parceiro fixo se deu bem 😂 quem não tem se virou como pôde. Aliás, O confinamento gerou discussões sobre convivência, tolerância e liberdade.

O mundo mix evaporou, hoje bares, boates, saunas e points são miragens nas lembranças de dias felizes. Muitos empresários do ramo fecharam as portas, outros faliram definitivamente e só Deus sabe o que acontecerá em 2021, mesmo alguns points abrindo com maquiagens em protocolos de seguranca, aliás, por aqui protocolo é apenas um documento.

O século XXI, é das tecnologias. A discussão saiu do mundo real para o virtual. Neste ano as redes sociais se transformaram e receberam milhões de novos adeptos, mas a qualidade do diálogo é pobre.

Lacração e cancelamento são palavras do cotidiano porque cada um defende o SEU. Eu não vejo diálogos agregadores de valores humanos. A bolha Queer é o mais do mesmo e a pobreza de espírito é surreal.

Enquanto isso o mundo gira, os gays já nem sabem quem são ou porque são. É uma distopia disfarçada de liberdade.

A tolerância é apenas substantivo feminino no dicionário, porque para a turba não vale a razão e o bom senso, aliás, falta humanidade.

Eu também observo no cenário atual a predominância dos gays jovens e infelizmente sem referências históricas, sem ídolos, sem passado e sem futuro 😪

Perdeu-se o senso de dignidade, todos querem lacrar e biscoitar. A exposição pública da privacidade virou rotina e autômatos pobres dominam as redes sociais. Os gays desta geração insistem em não ouvir, em não falar e em não aprender. É só nudez e sexo.

Em outros tempos o aprendizado era importante e fazia a diferença, fosse numa melhor oportunidade de trabalho ou mesmo permitia relações mais nobres. Hoje tudo é pobre e podre!

Eu me lembro dos dezembros como finais de ciclos, na escola ou no trabalho, virando a página para novas conquistas, uma nova oportunidade para o amor ou pausando as energias para voltar 100% no ano seguinte.

Enfim, quem teve a oportunidade de viver dias maravilhosos não tem do que reclamar e hoje tem que se conformar com uma foda mal dada em cinco minutos de prazer. Fica a impressão de que tudo está ligado em 220 volts, mal termina uma ação e encavala outra, depois outra e outra. Quando à qualidade das ações aí é outra história.

Este ano também foi marcado por intolerância. Os cidadãos estão colocando para fora a sua raiva e a ira contra outros semelhantes, inclusive entre os próprios LGBT. O ódio é reflexo de uma sociedade doente de humanidade e tesão. Daí dizem que são os reflexos do isolamento social 😂

Trans, queer, viado e baitola. Bucetas e pintos dominam o cenário atual.

E lembrar que o gostoso mesmo é beijar, se lambuzar e gozar!