Blog dos Grisalhos: Onze Anos

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Caro leitor, onze anos se passaram desde o primeiro post em 22 de janeiro de 2009. Nem eu imaginava que seria tão longevo.

Por aqui passaram mais de um milhão de visitantes únicos e mais de três milhões e seiscentas mil visualizações dos textos. São números expressivos se considerar que um blog não atrai tantas pessoas quanto as redes sociais.

Após a minha saída do mercado de trabalho em 2017, eu reduzi os escritos por conta de uma vida mais plena, mais saudável, mais tempo longe da cidade e mais perto da natureza.

Eu me preocupo com as questões LGBT porque sou um deles e com quase 61 anos de idade ainda me fascina a diversidade dos homossexuais, principalmente os masculinos.

Escrever sobre os gays na terceira idade não é tarefa fácil, mas eu me esforço para atualizar os comportamentos que mudam à medida que a sociedade evolui.

Outro dia eu fiz uma retrospectiva da minha vida e posso assegurar aos leitores que ela foi plena, pois das dificuldades vividas ao longo dos anos 1960 até a virada para o século XXI, eu tenho plena consciência de todos os grandes acontecimentos marcantes e assim modulei o meu comportamento para vivenciar sempre o presente.

Também, estou crítico em relação aos jovens gays, porque o amor homossexual que não ousava dizer seu nome ficou no passado e hoje a banalidade sexual exposta em redes sociais é um retrocesso porque pensar em sexo 24 horas por dia é algo surreal.

A angústia e a solidão marcará esta geração muito mais do que a minha. A plenitude do amor não é mais expressada com sentimentos e sim com desejos momentâneos de prazer carnal. O sexo pelo sexo, ativo, passivo. Não há diálogo entre os parceiros e o Smartphone não aproxima, afasta.

As tecnologias estão ai para somar e não para dividir e infelizmente entre os gays os vínculos de amizades não existem na vida real. A solidão é anestesiada por contatos frenéticos, troca de mensagens, de nudes e por ai vai.

Em São Paulo nos anos 1970 e 1980, existiam os footings na Avenida Ipiranga que ocupavam várias quadras. As pessoas caminhavam, trocavam olhares, puxavam conversa e saiam juntas para uma noitada. Hoje isso não existe mais!

O mundo mudou e com ele a forma como os gays se relacionam e isso não tem volta. Não adianta ser saudosista.

A vida é pra frente e nesta balada publicarei artigos comparativos entre o passado e o presente, as formas de abordagem, os guetos, o mundo mix, o pink money e a eterna busca por parceiros para relação estável porque no fundo o que queremos é sentir segurança na companhia de alguém que pelo menos sinta alguma coisa por nós, mesmo que custe alguns favores, dinheiro e que esteja conosco na hora que mais precisamos.

Mais um ano e mais artigos virão….

Blog dos Grisalhos: Dez Anos

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Caro leitor, pois é, dez anos se passaram desde o primeiro post em 22 de janeiro de 2009. Nem eu imaginava que seria tão longevo.

Por aqui passaram quase um milhão de visitantes únicos e mais de três milhões e trezentos mil visualizações dos textos. São números expressivos se considerar que um blog não atrai tantas pessoas quanto as redes sociais.

Eu até pensei em mudar a plataforma, mas após observar atentamente o Facebook, Twitter e Instagram, preferi manter o blog, porque a ideia inicial era escrever sobre o cotidiano dos gays maduros, idosos e seus admiradores e permitir interações apenas por comentários que complementassem os textos.

Aqui qualquer tentativa de pessoas anônimas de disseminar ódio, racismo e homofobia é banida por mim, assim os artigos ficam preservados.

Após uma década a ideia inicial permanece porque todos os 808 textos publicados estão disponíveis aos leitores antigos e aos novatos. A plataforma do WordPress é segura e manterá este conteúdo por mais uma década pelo menos.

Escrever sobre a homossexualidade com seriedade não é tarefa fácil, abrange uma gama quase infinita de temas, principalmente, do cotidiano, das vivências e das experiências que posso compartilhar com os leitores.🏳️‍🌈

Eu sei que muito do que escrevi ao longo da última década ajudou muitos leitores. Gays anônimos de todas as partes do Brasil e também de diversos países do mundo. Eu não sou psicologo, mas a psicologia das vivências homossexuais se assemelham em diversos aspectos e contribui para o entendimento de quem somos e porque somos diferentes do padrão.

Hoje quase 40% das leituras diárias são do exterior: Estados Unidos, Portugal, Canadá, Turquia, Espanha e França, nesta ordem.

A seguir, a abrangência dos Grisalhos no Mapa Mundi em dez anos:

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Também, eu sei que nesses dez anos fiz algumas poucas amizades reais com alguns leitores e foram encontros agradáveis onde pude compartilhar experiências e captar novas ideias sobre a homossexualidade masculina.

Aposentado há mais de um ano, hoje eu tenho tempo para fazer o que gosto. Viajar, assistir filmes, ler bons livros e acompanhar as notícias diárias do que acontece no Brasil e no mundo, preferencialmente, sobre sexualidade. Estou fora das redes sociais porque é tudo muito vazio e sem sentido. Mantenho apenas minha rede pessoal no Whatsapp.

Eu dedico algum tempo para trabalhos sociais e há algum tempo criei uma conta no Mercado Livre para vender filmes temáticos sobre a homossexualidade masculina, feminina e a bissexualidade (veja o link aí no menu superior).

Enfim, eu estou dez anos mais velho e quase na casa dos 60 anos de idade.

Deixo aos leitores o vídeo a seguir do Sérgio Cursino que muito me inspira:

Blog dos Grisalhos: Nove anos

wp-1486144984181.jpgPois é, nove anos se passaram desde o primeiro post em 22 de janeiro de 2009. Nem eu imaginava que seria tão longevo.

Enfim, o que mudou?

Eu mudei, o mundo mudou, as tecnologias mudaram e o leitor também mudou, porque se você é seguidor desde o primeiro ano, hoje você está nove anos mais velho.

Obviamente, os meus pensamentos mudaram e com eles toda a minha vida ou partes dela. O que há nove anos era dúvida hoje é certeza. Antes o trabalho diário e hoje aposentado.

As perspectivas e os objetivos são outros. Antes sonhador e no momento atual realista sem perder a essência.

Há nove anos eu tinha um companheiro e hoje ele é o mesmo. Sorte? Não, amor próprio e a certeza de que ninguém é perfeito. Aceitar as imperfeições do parceiro é meio caminho para uma relação estável e sem neuroses.

Em quase uma década eu presenciei mudanças significativas ligadas aos cidadãos LGBT, com mais conquistas, mas com muitas ainda a realizar, principalmente quanto aos direitos dos idosos menos favorecidos terem acesso à saúde e uma velhice digna.

É claro que o principal problema não tem solução no curto ou médio prazo: a solidão e o isolamento. Quem tem uma vida confortável se garante e quem não tem vai levando com muitas dificuldades.

Mas é necessário ser positivo em qualquer situação, seja você jovem, maduro ou idoso porque de que adianta ficar se lamentando?

Nesses nove anos escrevi de tudo um pouco, mas na essência ficaram os escritos sobre estudar, trabalhar, poupar, viver uma vida simples e sem ostentação, aceitar-se como homossexual, pensar no futuro para viver uma velhice digna, fazer amigos, fazer sexo, se divertir, se arriscar, cair, levantar e recomeçar.

É preciso fazer um planejamento para o longo prazo e se não acreditar que chegará ao futuro, não terá futuro e se tiver terá muitos problemas e isso é um efeito cascata.

Se você não maximizar tudo o que está escrito neste penúltimo parágrafo viverá uma vida sem sentido e não adianta se arrepender depois. Seja resiliente em qualquer situação, seja física, psicológica ou social.

Enfim, a vida passa assim como passaram esses nove anos!