Gala gay do Rio de Janeiro

Os bailes gays são uma tradição do carnaval carioca. O Gala Gay, um dos mais importantes da cena alternativa, reúne até hoje os gays, travestis e transexuais de todos os cantos do Brasil e do exterior.
O baile surgiu nos anos 60, num momento de intensa repressão política e cultural no país. Naquele tempo, a festa era uma chance de valorizar e trazer mais visibilidade para os homossexuais reprimidos pela sociedade conservadora.

Gala Gay sofreu algumas transformações ao longo dos anos e teve até um período de decadência durante a década de 1980, mas ele sempre foi o ponto de referência para a comunidade gay.
Por questões de direitos de propriedade ele já foi Gala Gay, Gala G e Scala Gay, também, já mudou de endereço algumas vezes, da extinta Boate Help ao endereço atual na casa de shows do Scala no Lebron – O Gala Gay sempre aconteceu na terça-feira do carnaval.

Eu participei do Gala Gay em 1982, numa época quando Roberta Close, Rogéria, Isabelita dos Patins e Telma Lipp estavam no auge da fama.
Um baile grandioso, alegre e cheio de brilho, próprio da natureza dos gays e sem o preconceito e a homofobia dos dias atuais.

@@@ Cenas de Antigos Carnavais

@@@ Memória Viva – Gala Gay 1984

Personalidade – Guillherme Araujo

Com a proximadade do carnaval me lembrei do saudoso Guilherme Araujo.
Para quem não sabe ele foi produtor musical e destacou-se no meio artístico em 1966 ao dirigir o show “Recital” de Maria Bethânia.

Atuou como empresário de Caetano Veloso, Ney Matogrosso, Raul Seixas, Gal Costa entre outros.

Era um homem carismático e de destaque no cenário artístico brasileiro, principalmente na cidade do Rio de Janeiro.
Guilherme Araújo costumava dizer que, não fosse por ele, os quatro cantores: Caetano, Gil, Bethania e Gal nunca teriam saído da Bahia. Nos anos 70, a inevitável guerra de egos os separou. Guilherme passou a dedicar-se a outros projetos, como a organização de bailes de Carnaval. Criou, entre outros, o Gala Gay que sempre se caracterizou por ser o último baile de salão na terça-feira de carnaval na cidade do Rio de Janeiro.
Enfrentou diversos problemas de saúde. Era diabético, hipertenso e cardíaco.

Eu tive a felicidade de participar de um baile promovido por ele nos anos 80 no Morro da Urca – Baile da Cidade do Rio de Janeiro – Maravilhoso e inesquecível!
Guilherme morava em Ipanema e faleceu no dia 21 de março de 2007, aos 70 anos.