Unidade Móvel de Cidadania LGBT

Caro leitor, no mês do orgulho gay é sempre bom lembrar ações que contribuem para a qualidade de vida da população LGBT.

Em São Paulo existe um programa de atendimento com diversos serviços:

Desde 2015, as Unidades Móveis de Cidadania LGBT, da Coordenação de Políticas para LGBT, oferecem, de forma itinerante, informações sobre direitos LGBT, leis que protegem a população, onde acessar os serviços de saúde e assistência social, além de realizar mutirões de retificação de nome e gênero, fazer o direcionamento dessa população para os Centros de Cidadania LGBT da cidade de São Paulo e informar sobre as ações da Prefeitura como o Casamento Coletivo Igualitário. O serviço é realizado, hoje, por quatro veículos.

Agora há pouco eu identifiquei um dos veículos na Praça Dom José Gaspar no centro perto da Biblioteca Mário de Andrade. Apesar de não constar do calendário oficial o veículo sempre está por lá. Eu parei e perguntei sobre o programa e fiquei feliz de saber que na cidade existe este serviço, bem como, atendimento à população de rua e imigrantes.

O calendário pode ser conferido no link a seguir: Clique Aqui

Após a conversa com o pessoal que atende no serviço eu constatei que infelizmente os gays ou lésbicas maduros ou idosos quase nunca procuram o serviço, por medo de exposição e até mesmo por receio de serem vistos junto ao veículo de atendimento.

Seria bom demais se todas as prefeituras de todas as cidades brasileiras ou pelo menos as cidades com mais de 50 mil habitantes pudessem oferecer os serviços que a Prefeitura de São Paulo oferece, com certeza os problemas seriam minimizados em diversas frentes.

E vida que segue…

Movimentos LGBTQIA+ para que?

Caro leitor, tenho quase 62 anos de vida  e desde os meus 15 anos  eu observo e acompanho quase todos os ditos “movimentos gays”.

O que aconteceu em 1969 no Bar Stonewall foi um dos raros acasos da vida, na hora e local certos. Num momento de guerra do Vietnã, liberdade sexual, drogas, Panteras Negras, feminismo e muito Rock and Roll.

Não era apenas os Estados Unidos que estava em transformação, mas a Europa, Ásia e a América do Sul. O mundo estava em transe e com profundas transformações, exceto países com dominação religiosa.

O que aconteceu nas décadas seguintes foi consequência das mudanças culturais, pois a sociedade se transformou. Aqui no Brasil importamos modelos do ativismo americano e com os vícios latinos.

A partir dos anos 1990, os movimentos sociais em prol dos gays e lésbicas ficou colado ao Partido dos trabalhadores e isso não ajudou em nada porque os representantes políticos atuavam em causa própria para ter poder e usaram as minorias como fachada, ou seja, ganharam cargos públicos com altos salários e não deram nada em troca e os trouxas dos eleitores sempre ficaram a ver navios.

Excessão à Marta Suplicy, única mulher a buscar nossos direitos em âmbito nacional com alguns resultados positivos.

O que aconteceu depois da virada do milênio teve um impulso dado pelas tecnologias e então apareceram os políticos gays, homens e mulheres, a maioria em partidos de esquerda, a mesma esquerda que usou as minorias a seu favor.

Nos últimos anos os gays sairam do armário e surgiram os gays de direita e nesta polarização a individualidade ganha e as minorias sempre perdem.

Obviamente, existem organizações sérias, mas se você olhar ao redor o discurso é sempre com fins políticos e os movimentos são cartilhas prontas. O Brasil possui centenas de ONG, muitas trabalhando com pequenos grupos bem específicos e sobrevivendo de doações, outras tantas fecharam as portas porque sem dinheiro não se faz nada.

Uma tal de Aliança Nacional LGBTI+ está ai desde 2003, é mais uma pedindo doações, com missão, visão e valores, e de suas fileiras alguns políticos hoje ocupam cargos públicos.

No início era GLS, depois LGBT, aí virou LGBTQ, agora é LGBTQIA+, ou seja estão sempre buscando uma variável nova dentro da sexualidade para aumentar a plataforma de eleitores. O que era apenas gays e lésbicas e simpatizantes, virou uma mistura de orientação sexual e identidade de gênero porque as bichas se acham no direito de ser pansexual ou queer ou seja, hoje é homem e amanhã é mulher. Isso na minha adolescência era ser gilete 😂

Hoje vemos na política: Homossexuais, lésbicas, bissexuais, transexuais e cada qual defende o seu mundinho de merda que em nada vai mudar a minha ou a sua vida, principalmente os maduros e idosos.

Disse João Gimenez no Twitter: Quem já frequentou espaço de militância já sentiu uma energia pesadíssima de pisar em ovos com medo de ser julgado e humilhado por ativistas que se julgam superiores e se escoram em movimentos sociais.

Hoje os movimentos identitários se confundem com militância e política e quem perde sempre são LGBTQIA+. Outro destaque: Orientação sexual não tem relação com identidade de gênero.

O foda da militância é porque num primeiro momento são uns malucos de cabelo colorido e piercing falando de liberdade, nova sociedade e questionando abuso, tudo parece lindo e democrático, demora pra voce se tocar que por debaixo disso tem formas de dominação muito mais sutis e violentas.

Os Movimentos civis LGBT são os movimentos sociais que defendem a aceitação das pessoas LGBT na sociedade. Embora não haja uma organização central abrangente que represente todas as pessoas e os seus interesses, as organizações de direitos LGBT são numerosas e estão espalhadas por todo o Brasil.

Nos últimos anos esses movimentos expandiram o leque de diversidade. Hoje a sigla é uma sopa de letras LGBTQIA+ – adicionando o sinal de “+”, procura-se atender e representar quaisquer outras pessoas que não se sintam incluídas em nenhuma das outras identidades cobertas pelas iniciais da sigla.

Essa representatividade é recheada de objetivos muitas vezes inalcançáveis porque a abrangência é muito mais individual do que coletiva.

Os principais objetivos são:

  • criminalização da LGBTfobia;
  • fim da criminalização da homossexualidade e das penas correlatas;
  • reconhecimento social da identidade de gênero;
  • fim do tratamento das identidades trans como patologias;
  • fim dos tratamentos de “cura gay”;
  • casamento civil igualitário;
  • permissão para casais homoafetivos adotarem crianças;
  • respeito à laicidade do Estado e fim da influência religiosa nos processos políticos;
  • políticas públicas pelo fim da discriminação;
  • fim dos estereótipos LGBT na mídia e representatividade da comunidade nos meios de comunicação.

Eu, particularmente não usufruo de nenhum desses objetivos porque a minha realidade não se enquadra em nenhum perfil, pois nunca dei motivos para me discriminarem e identidade de gênero é uma coisa muito simples, sou homem que gosta de homem. Nunca precisei de tratamento para curar minha homossexualidade, nunca quis me casar no civil, nem com homem e nem com mulher.

Também, nunca quis saber de adotar crianças e se o estado é laico isso não me afeta porque as religiões sempre estiveram inseridas nas políticas em qualquer nível, municipal, estadual ou federal, mesmo que disfarçadas de LAICO.

Eu não sou a favor de políticas publicas contra a discriminação, pois homofobia sempre existiu e sempre vai existir, aqui ou em qualquer lugar do mundo, com mais ou menos intensidade.

Alguns poucos movimentos sociais são sérios e a maioria quer mídia e Ibope para favorecer seu nicho e suas especificidades. Há muitos interesses pessoais e não coletivos em quase todos os movimentos que eu conheci na vida.

Então esperar o que dos movimentos que não são sérios e que não defendem causas sociais nobres.🤔

Universo gay e universo infinito

universo gay e infinitoCaro leitor, eu já escrevi alguns artigos sobre o gueto gay, suas origens, os prós e os contras, a sociabilidade e os conflitos interiores quando nos descobrimos diferentes.

Na atualidade os guetos ainda existem nas mais variadas formas e o que era gueto virou Universo Gay, um contexto mais amplo a partir dos movimentos LGBT.

Antigamente os confinamentos nos guetos eram essenciais, hoje não mais os são e cada um procura inserir-se nos ambientes que acha mais adequado à sua forma de viver porque a realidade de cada um é diferente e num contexto mais amplo até o local onde você mora influencia o seu comportamento.

De uma forma geral os jovens, maduros e idosos são atraídos ao universo gay por causa do preconceito e por conta de afinidades, pois sempre acabam se reunindo em pequenos grupos com uma bandeira do arco-íris ao fundo.

Não se engane se você é induzido a consumir produtos e serviços exclusivos desse universo, porque na realidade o importante é sentir-se aceito pelo grupo e o principal, poder paquerar e encontrar parceiros para interação sexual.

Mas o que para a maioria é uma válvula de escape, quase ninguém percebe o universo gay como uma realidade paralela, com hierarquia, linguagem, interesses e assuntos comuns.

Há muitos anos eu observo a evolução e as transformações sociais no Brasil e posso afirmar que o universo gay é limitado, pois os cidadãos se acomodam nele, às vezes sentimos que é o único possível e tudo que existe além dele é ruim ou desinteressante.

Na maturidade somos mais seletivos e nos afastamos desse universo por razões obvias e quando nos damos conta ficamos entre a cruz e a espada, ou seja, somos atraídos aos guetos por falta de oportunidades e pessoas para interação, por outro lado construímos uma identidade que muitas vezes não nos permite viver no universo gay.

Bem, isso gera certa frustração e isolamento, mas é possível descobrir-se num universo infinito, com ou sem amizades, ambientes e assuntos gays.

O ideal é manter uma rede de relacionamentos restrita de interesses comuns e sem se distanciar do universo geral de todos os mortais, afinal no cotidiano precisamos de pessoas do universo infinito, do padeiro, do atendente, do sapateiro, do florista e de todas as pessoas que nos prestam serviços a todo o momento.

Há pessoas incríveis no mundo, seja no ambiente do trabalho, na família ou na sociedade em geral e posso afirmar:  vale a pena ir além porque muitas vezes nos afastamos de pessoas que nos querem bem e não nos questionam sobre nossas vidas.

Finalizo dizendo que não devemos nos apequenar e restringir nossas interações sociais. Como eu disse anteriormente, os guetos são bons, mas existe um mundo lá fora que vale muito a pena se arriscar e viver.

Caro leitor dos grisalhos, você pode encontrar os diversos artigos sobre os guetos, fazendo uma busca no blog com a palavra gueto.