Blog dos Grisalhos: 14 anos

Caro leitor, estamos há  14 anos escrevendo os artigos do blog.

Quantos milhares de pessoas passaram por aqui neste tempo todo?. Quantos já não estão entre nós?

Quantos jovens leram nossos escritos e sairam mais fortalecidos para a vida?

Quantos envelheceram comigo nesta jornada?

Por aqui já passaram mais de 3,6 milhões de pessoas. É um número expressivo, caiu muito nos últimos anos por conta das redes sociais que atraem as pessoas para outro tipo de interação, mas a média mensal ainda é muito boa. Sinal que ainda há interesse das pessoas.

Enfim, quando decidi sair do antigo blogger e migrar para o WordPress eu sabia que poderia ser longevo porque a plataforma é a melhor é mais antiga na Internet. Hoje além de blogs tem páginas pessoais, comerciais e muito conteúdo em mais de cem idiomas.

Continuamos escrevendo um pouco sobre tudo é essa conquista é do leitor. Enquanto tivermos motivação continuaremos por aqui 😎

Nota: O aniversário de 14 anos foi em janeiro/2023 🎂🎂

Os gays viciados na Internet

Caro leitor, aos poucos a doença surge e depois de alguns anos já instalada causa efeitos colaterais graves. Vou falar sobre o vício da Internet.

Há aproximadamente três anos Alberto um coroa de 65 anos experimentou os prazeres da Internet pela primeira vez.

No início procurava perfis de gays no Facebook e Instagran. Ele marcava e acompanhava a vida de anônimos todos os dias na busca por uma imagem de algum homem nu.

Ele tentou alguns contatos, mas sempre esbarrou na distância. No final de 2019 ele descobriu os aplicativos Grindr e Hornet. Fez a sua lista de favoritos e saiu à caça, mas não foi aceito para nenhum encontro real. Era velho, não demonstrava ter dinheiro é não era padrão de beleza para os viados de plantão.

Já no início da pandemia entrou num grupo do Whatsapp de coroas gays e sua rotina mudou. Ele passou a receber dezenas de vídeos pornô e de muita masturbação.

Alberto sempre gostou de homens mais velhos na mesma faixa etária que a sua. Após descobrir contas de vídeos no Twitter a vida passou a ser um alucinógeno a cada streaming de fodas e mais fodas. Assim estava consumada a sua dependência pois a média de masturbação passou de uma para cinco ou mais vezes ao dia.

A situação piorou no final de 2020, após gastar mais de um mil reais por mês em contas do Onlyfans, a maioria de gringos velhos e maduros dos Estados Unidos, Australia e Espanha. O uso diário da Internet foi de uma hora para quinze horas conectado em pouco mais de três ano. 😱

Em fevereiro de 2021, apresentou os primeiros sinais de depressão, choro, falta de apetite, insônia e estranhas palpitações acompanhadas de dores musculares.

Depois de postergar por mais de seis meses foi ao médico e a doença se confirmou. Hoje toma remédios ansiolíticos e antidepressivos, além de fazer terapia comportamental e utilizar o smartphone apenas para o essencial, sem excessos.

O caso do Alberto é apenas um no mar de problemas psicológicos causados por uso excessivo da Internet. O mundo virtual toma conta do mundo real e o indivíduo deixa de viver uma vida simples e natural o que gera frustrações. É um círculo vicioso!

Os gays usam mais as redes sociais e aplicativos por motivos óbvios, minorias segregadas na sociedade, baixa autoestima, não aceitação e anonimato .

Na Internet, especificamente, nas redes sociais os gays tentam ser aceitos, dão opiniões sobre todos os assuntos, gostam de ver sexo entre homens e gastam muito dinheiro com coisas banais e desnecessárias. Tudo isso para se sentirem aceitos, respeitados e vistos, porque a invisibilidade é real e a ansiedade é marca registrada desta minoria.

Hoje o mundo é uma ilha, cada ser humano isolado na sua bolha particular e todos buscam interações sociais para se sentirem vivos. Os mais velhos ainda tem noção dos efeitos colaterais porque viveram a juventude num mundo em transformação entre o real e o virtual. O que ocorreu com o Alberto é um caso à parte.

Os gays jovens fixam suas horas diárias em assuntos relacionados à sexo homossexual nos aplicativos de pegação, jogos online, perfis no Twitter e em contas de anônimos que se julgam estrelas no Onlyfans (aqui é tudo por dinheiro) os vídeos são amadores e o conteúdo em geral é ínfimo se comparado ao preço cobrado pelos serviços oferecidos.

Todo esse portfólio de opções mascara uma verdade inconteste, a dependência e o vício. Hoje já não existem limites de tempo para utilizar a Internet porque com smartphone o acesso aos conteúdos ocorre em qualquer lugar durante 24 horas do dia. Este vício se tornou um dos principais motivos de demissões do trabalho e poucos percebem a necessidade de buscar ajuda de profissionais da saúde mental.

O futuro nos reserva um contingente de pessoas frias, vazias, sem emoções e movidas por estímulos cibernéticos, confinados em suas bolhas na busca por prazeres proporcionados por pessoas desconhecidas.

Blog dos grisalhos: 13 anos

Caro leitor, e assim já se passaram 13 anos desde o primeiro post publicado em janeiro de 2009.

Na época eu tinha 49 anos, trabalhava  na iniciativa privada e recém tinha terminado uma relação de 20 anos. Hoje tenho 62 anos, estou aposentado há 6 anos, meu ex companheiro faleceu em 2015 e desde 2008 estou numa relação estável.

Em 13 anos eu escrevi sobre quase tudo e  com o passar do tempo algumas coisas são adicionadas ao nosso cotidiano, pois tudo se renova.

Eu me lembro do primeiro IPhone em 2007 e quase ninguém imaginaria a revolução tecnológica desde então. Hoje quase ninguém vive sem Smartphone.

Eu insisto em manter o blog porque tudo o que escrevi e vocês comentaram ficarão gravados para futuras gerações.

Hoje todos querem interagir nas redes sociais, mas pouco conteúdo relevante permanecerá na Internet para pesquisa e leitura.

Também, pouco se fala sobre o envelhecimento dos gays e a relação entre saúde mental e desejo sexual. Eu sempre tenho a impressão de que os gays idosos são figuras folclóricas do século XX.

Em 2021, escrevi sobre a insegurança dos gays idosos, a solidão e possibilidades de relacionamentos através das redes sociais. A interação com outros iguais a você possibilita ter uma vida melhor e com portas abertas para o presente.

Eu ouvi muito sobre a superficialidade do mundo virtual, mas ouvi também sobre possibilidades de viver parcerias reais sem que necessariamente o sexo esteja no centro das conversas.

Os fetiches estão mais acentuados e contas do Twitter mostram o que todo admirador de grisalhos gosta. Outras plataformas oferecem infinitas possibilidades por alguns reais por mês.

Fetiche das redes sociais

O isolamento é real para os gays na terceira idade, mas existe uma infinidade de coisas para fazer. Para mim isolamento e solidão são estados de espírito. 😎

Eu tive altos e baixos durante o último ano, desde a cirurgia para retirar tumor da bexiga, a recuperação, a retirada da vesicula, o tratamento de gastrite e esofagite. Também, parei de fumar depois de 45 anos, engordei 10 quilos e dai uma dieta para perder peso. 😂

A vida de cada ser humano é uma gangorra e na velhice os sinais de que estamos envelhecendo começam pela saúde, sem saúde não somos nada.

Eu pretendo seguir escrevendo os artigos enquanto ainda existirem leitores. Para a minha surpresa os contos voltaram a impulsionar a leitura em 2021. O conto Eu e o padre na quarentena teve mais de 10 mil leituras no último ano. A continuação do conto Eu e o Padre João também impulsionou as leituras.

Os leitores também gostam de temas específicos sobre o comportamento, os desejos, hábitos e socialização. É o que priorizaremos nos próximos 12 meses.

A vida é pra frente e publicarei artigos comparativos entre o passado e o presente, as formas de abordagem, os guetos, o mundo mix, as tecnologias e a eterna busca por parceiros para relação estável porque no fundo o que queremos é sentir segurança na companhia de alguém que pelo menos sinta alguma coisa por nós, mesmo que custe alguns favores e que esteja conosco na hora que mais precisamos.

Mais um ano e mais artigos virão….