Caro leitor, aos poucos a doença surge e depois de alguns anos já instalada causa efeitos colaterais graves. Vou falar sobre o vício da Internet.
Há aproximadamente três anos Alberto um coroa de 65 anos experimentou os prazeres da Internet pela primeira vez.
No início procurava perfis de gays no Facebook e Instagran. Ele marcava e acompanhava a vida de anônimos todos os dias na busca por uma imagem de algum homem nu.
Ele tentou alguns contatos, mas sempre esbarrou na distância. No final de 2019 ele descobriu os aplicativos Grindr e Hornet. Fez a sua lista de favoritos e saiu à caça, mas não foi aceito para nenhum encontro real. Era velho, não demonstrava ter dinheiro é não era padrão de beleza para os viados de plantão.
Já no início da pandemia entrou num grupo do Whatsapp de coroas gays e sua rotina mudou. Ele passou a receber dezenas de vídeos pornô e de muita masturbação.
Alberto sempre gostou de homens mais velhos na mesma faixa etária que a sua. Após descobrir contas de vídeos no Twitter a vida passou a ser um alucinógeno a cada streaming de fodas e mais fodas. Assim estava consumada a sua dependência pois a média de masturbação passou de uma para cinco ou mais vezes ao dia.
A situação piorou no final de 2020, após gastar mais de um mil reais por mês em contas do Onlyfans, a maioria de gringos velhos e maduros dos Estados Unidos, Australia e Espanha. O uso diário da Internet foi de uma hora para quinze horas conectado em pouco mais de três ano. 😱
Em fevereiro de 2021, apresentou os primeiros sinais de depressão, choro, falta de apetite, insônia e estranhas palpitações acompanhadas de dores musculares.
Depois de postergar por mais de seis meses foi ao médico e a doença se confirmou. Hoje toma remédios ansiolíticos e antidepressivos, além de fazer terapia comportamental e utilizar o smartphone apenas para o essencial, sem excessos.
O caso do Alberto é apenas um no mar de problemas psicológicos causados por uso excessivo da Internet. O mundo virtual toma conta do mundo real e o indivíduo deixa de viver uma vida simples e natural o que gera frustrações. É um círculo vicioso!
Os gays usam mais as redes sociais e aplicativos por motivos óbvios, minorias segregadas na sociedade, baixa autoestima, não aceitação e anonimato .
Na Internet, especificamente, nas redes sociais os gays tentam ser aceitos, dão opiniões sobre todos os assuntos, gostam de ver sexo entre homens e gastam muito dinheiro com coisas banais e desnecessárias. Tudo isso para se sentirem aceitos, respeitados e vistos, porque a invisibilidade é real e a ansiedade é marca registrada desta minoria.
Hoje o mundo é uma ilha, cada ser humano isolado na sua bolha particular e todos buscam interações sociais para se sentirem vivos. Os mais velhos ainda tem noção dos efeitos colaterais porque viveram a juventude num mundo em transformação entre o real e o virtual. O que ocorreu com o Alberto é um caso à parte.
Os gays jovens fixam suas horas diárias em assuntos relacionados à sexo homossexual nos aplicativos de pegação, jogos online, perfis no Twitter e em contas de anônimos que se julgam estrelas no Onlyfans (aqui é tudo por dinheiro) os vídeos são amadores e o conteúdo em geral é ínfimo se comparado ao preço cobrado pelos serviços oferecidos.
Todo esse portfólio de opções mascara uma verdade inconteste, a dependência e o vício. Hoje já não existem limites de tempo para utilizar a Internet porque com smartphone o acesso aos conteúdos ocorre em qualquer lugar durante 24 horas do dia. Este vício se tornou um dos principais motivos de demissões do trabalho e poucos percebem a necessidade de buscar ajuda de profissionais da saúde mental.
O futuro nos reserva um contingente de pessoas frias, vazias, sem emoções e movidas por estímulos cibernéticos, confinados em suas bolhas na busca por prazeres proporcionados por pessoas desconhecidas.