Repulsa ao beijo gay

Um leitor me relatou ter o maior tesão em beijar outro homem, mas disse sentir repulsa quando isso ocorre de fato, principalmente para ele que gosta de homens mais velhos.

A primeira experiência dele não foi nada agradável, pois o parceiro tinha 70 anos e usava dentadura e quando se beijavam a prótese pulava de um lado para outro na boca. Parece cômico, mas isso traumatizou nosso leitor.

Na realidade o beijo entre dois homens gera frisson, causa inveja e desperta os desejos.

Quem já beijou outro homem sabe distinguir entre a fantasia e a realidade, talvez sejam experiências ruins as causadoras de traumas e repulsa.

O beijo de boca ou de língua tem muitas histórias, mas vou me ater às experiências de quem não gosta de beijar outro homem.

Imagine beijar e sentir bafo de comida, bebida ou cigarro? Não é uma boa experiência e o tesão até desaparece.

Talvez este seja o motivo de uma parcela dos gays não gostar de beijar na boca. Preferem até chupar um cacete mas batem o pé quando o assunto é beijo de língua.

Obviamente, cada um tem suas preferências e ter repulsa ao beijo faz parte do cotidiano. Sempre existirão aqueles que acharão defeitos ou condições desfavoráveis ao beijo gay.

Existe também a questão psicólogica porque ao não aceitar a homossexualidade se cria uma barreira física e beijar não consta do cardápio.

Também, no dia a dia quase ninguém se imagina beijando o homem gostosão que cruza o caminho. Um amigo diz não gostar de beijo e prefere o sexo de fato.

A repulsa ao beijo está no subconsciente porque o beijo é o que impulsiona o tesão entre dois corpos. Alguns preferem usar a boca para lamber, chupar ou morder mas não para beijar.

É sabido que cada um tem que cuidar da higiene bucal para que o beijo dê certo, caso contrário é repulsa ou nojo na certa.

Outro fator da repulsa é o padrão heteronormativo enraizado em todos os homens, incluindo os gays porque repetimos o comportamento hetero no mundo gay.

Não gostar de beijar na boca é próprio de homens casados com mulheres e que buscam sexo gay para satisfazer os desejos.

Eu tenho um vizinho que só transa homem casado e ele me disse haver repulsa ao beijo porque eles querem apenas foder ou ser fodidos.

Algumas opiniões polêmicas relacionam a repulsa do beijo aos gays ativos, machões ávidos por meter e nada mais. Outros atribuem questão de higiene e saúde não arriscar beijos para evitar possíveis contaminações por vírus ou bactérias.

Quase todos nós já tivemos experiências desagradáveis com beijo com outro homem. Há que se considerar que nem tudo são flores na vida

Os reacionários dizem que a boca que chupa um pau ou lambe um cu não pode ser beijada.

Por fim, a sensação de entrar na boca de um homem, sentir as línguas se entrelaçando num vai e vem molhado gera uma sensação de estranheza o que é normal, mas uma parcela dos gays tem verdadeira aversão.

A Promiscuidade anárquica e libertária dos gays

Basement_saunaAmanhã é o dia Mundial de Combate a AIDS. Estima-se  aproximadamente 600 mil pessoas infectadas no Brasil e desse número mais de 66% é de homens e entre eles mais de 40%, é de homossexuais.  As maiores taxas de incidência estão na faixa etária de 30 a 49 anos. Nos últimos dois anos houve aumento nas faixas etárias entre 20 e 30 e acima de 65 anos.

Na semana passada eu fiquei indignado ao ouvir um infectologista dizer numa palestra que vários representantes dos direitos dos homossexuais defendem a promiscuidade como “marca registrada”, para a orientação homossexual pois ela faz parte do cotidiano dos gays e isso não mudará o cenário atual da AIDS em relação aos gays como grupo de risco.

Em 2010, eu escrevi sobre a promiscuidade sexual dos gays maduros e idosos, mas é sempre bom informar com mais detalhes sobre o sexo casual, as vantagens e os riscos –  Sexo, prazer, AIDS, Sífilis, Toxoplasmose, Hepatite, HPV e tantas outras doenças sexualmente transmissíveis!

Duas perguntas merecem os meus comentários, porque durante este ano recebi muitas mensagens sobre o tema: Promiscuidade e AIDS.

  1. Os gays são tão promíscuos mesmo? Eu acredito que não, a sociedade generaliza tudo “de ruim” relacionado aos gays – Quem já fez ou faz pegação sabe que os locais não são adequados, são impróprios, insalubres e imundos, mas fazer o que? Um puteiro não é diferente de nenhum gueto gay, aliás, puteiro também é gueto.
  2. Os gays soropositivos são frequentadores de locais de pegação? Eu também acredito que não, mas tem uma corrente defendendo essa afirmação. Os frequentadores habituais desses locais, talvez nem saibam que estão contaminados – Ao identificar ser portador do HIV, o gay fica traumatizado, se afasta do mundo gay e leva muito tempo para se adaptar à nova vida. AIDS matava nas décadas de 1980/1990, hoje tem tratamento e há  expectativa de vida de muitos anos.

A promiscuidade

  • Está vinculada ao individuo promiscuo, ou seja, aquele que vive perigosamente. Os gays de condições sociais diversas buscam o sexo por prazer em ambientes propícios ao sexo casual.
  • É definida como parte do comportamento sexual humano, portanto gays e heterossexuais estão no mesmo balaio.
  • Ela é anárquica e  libertária – por experiência própria.

No primeiro semestre deste ano, eu conversei com o meu infectologista e ele me pediu para escrever o que eu entendia ser um gay promiscuo e como são os locais de sexo casual e como o ambiente influencia a promiscuidade. A primeira coisa que eu falei na conversa foi: O ambiente não influencia a promiscuidade, o ambiente é consequência dela.

A seguir o meu relato encaminhado ao médico via e-mail:

Dr. Carlos, o gay promíscuo é aquele que não está nem ai para as consequências dos seus atos sexuais e busca o sexo regularmente por longos períodos em locais de pegação, ou seja, nos guetos. A promiscuidade iguala todos os seres humanos, pulverizando as classes sociais e não importando se o sujeito é analfabeto ou culto, pobre ou endinheirado. Os protagonistas do cenário promiscuo sabem dos riscos, mas parece que existe um chave “liga-desliga”, porque os riscos inibem o prazer sexual dos gays.  Nos anos 1980, vários amigos meus morreram em decorrência da AIDS e quase a totalidade se contaminou nos guetos.

Eu fiz pegação por mais de uma década. Era uma sensação louca e delirante – o coração pulsava, a saliva secava, a mente antecipava os acontecimentos junto a outro corpo nu, um cacete ardente, as mãos suadas, as pernas trêmulas – A promiscuidade foi libertária num período anárquico da minha vida. Eu sai de casa e segui meus rumos, sem traumas e com a certeza de que eu estava livre. Hoje vivo muito bem e sem arrependimentos, vivo feliz e sem remorsos. Tudo o que fiz nos guetos com dezenas, talvez uma centena de homossexuais, valeu a pena!

A seguir os principais locais de pegação e o que se faz nesses ambientes:

  1. Cinema de pegação – Cinemas nos centros antigos das cidades que passam filmes pornográficos e com 100% de frequência masculina. Gays e Bissexuais são os protagonistas. Lá a ordem é chupar pau, gozar na boca, esporrar na cara, lamber saco e cu sujo e tudo isso com diversos parceiros; Tem aqueles que vão apenas para olhar, mas a maioria quer mesmo é “fuder”.
  2. Banheiros públicos – pegar no pau de um estranho e sem nenhuma higiene, chupar pau com urina, dar o rabo sem preservativo, bater punheta dentro da cabine com cheiro de merda, sentar no vaso sanitário sujo para fazer um boquete. É sexo selvagem!
  3. Saunas – Apesar de passar a ideia de higiene e limpeza nas saunas tem o darkroom que é o nome dado ao quarto escuro onde não se vê o rosto de ninguém e todos estão lá com a única finalidade de meter, chupar ou dar o rabo. O sexo grupal ocorre de todas as formas imagináveis. Ali ninguém está nem ai para os riscos de contaminação e nem dá para saber se existe exposição ao sangue das pessoas, além de um cheiro horrível de porra no ar – Nas saunas ocorreram o maior número de contaminação dos gays entre 1980 e 2000.
  4. Boates – Um local de diversão e socialização – Muita bebida, drogas e sexo fácil. A fila do banheiro dura a noite inteira pois a maioria fica esperando a oportunidade para olhar um cacete duro. Às vezes dentro do banheiro até rola sexo oral. Os corredores escuros também estão repletos de gays beijando, lambendo, mordendo e apalpando o cacete do parceiro. Não dá pra fazer sexo anal dentro da boate, mas dali para um hotel de viração é um pulo – Tenho notícias de vários gays infectados que frequentam boates regularmente.
  5. Bares – Um local de socialização e aprendizado para os gays mais jovens, mas a frequência de maduros e idosos também é constante. No início da noite todos estão tímidos, mas com o passar do tempo os caras ficam embriagados e ai a fila do banheiro não tem fim. No mictório os paus urinam pouco e gozam muito e fica sempre no ambiente o cheiro forte e ácido de urina misturado com porra.

Nos locais de pegação tem a máxima do “fim de noite” ou “fim de feira”. – É quando não há mais a possibilidade de escolher o parceiro de acordo com suas preferências, então pega-se qualquer um e leva-se para casa ou para o hotel ou motel. Imagine um açougue: Você entra escolhe a carne que está exposta, o açougueiro prepara, embala, você paga e vai embora. Se você demorar muito para escolher as melhores carnes acabam e você vai ficar com a carne de segunda, com sebo, gordura.etc.

Outro fator interessante sobre os locais é que parece coisa do “subconsciente coletivo”, porque em todos esses locais os banheiros são os ambientes preferidos dos gays, exceto na sauna que tem ambientes melhores e o preferido é o Darkroom. Também, não pense que a higiene é das melhores, pois as aparências enganam.

Outros locais de pegação são os muros em avenidas e ruas de grande movimentação noturna das cidades e nos cais de portos do Brasil, onde travestis e garotos de programa não fazem nada diferente das prostitutas.

A promiscuidade faz parte da natureza humana e os gays não mudarão os seus hábitos. O gueto esta institucionalizado e vai levar muito tempo para  alguma mudança. Então aos gays promíscuos de plantão: USEM PRESERVATIVO.

Em suma, não há dúvida de que esses cenários abriram as portas, para um repensar das práticas sexuais e das concepções da sexualidade homossexual. O amor livre dá direito ao desejo e prazer sem repressão e ao alcance de qualquer individuo gay. As consequências correm por conta e risco dos seus protagonistas.

Curiosidade: 

O filme documentário chamado Tearoom feito em 2000 por Willian E. Jones, falecido em 2007 é polêmico. O filme surgiu a partir de imagens de arquivo de uma câmera de vigilância instalada pela polícia de Ohio nos Estados Unidos, num banheiro público masculino no ano de 1962 e que gerou polemica e indignação entre a comunidade gay americana. Durante três semanas, policiais escondidos numa cabine testemunharam o sexo clandestino de inúmeros homens, produzindo provas que os condenaram à prisão. Alguns desses homens teriam se suicidado após a condenação.

O vídeo a seguir tem 9 minutos e faz parte do documentário. As cenas de sexo são reais e filmadas em 1962, portanto há mais de 50 anos

Leia também:

  1. Gays maduros e os banheiros públicos
  2. Gays maduros e a pegação em cinemas
  3. Gays maduros e a pegação em parques
  4. As saunas gays
  5. Bares gays
  6. Bares e boates gays

Os gays maduros de bigodes

Historicamente, pode dizer-se que o bigode é um traço facial que tende a identificar diferentes culturas. Na sociedade ocidental o bigode caiu em desuso nas últimas décadas, sendo substituído por uma crescente exigência de limpeza visual.

Depois de alguns anos de reclusão, o bigode volta a ser motivo de comemoração no rosto de homens e até de mulheres – estas com bigodes postiços, é claro. Tudo começou no início dos anos 2000, com uma barba meio mal feita, daquelas que deixa um bigodinho raso à vista. Algumas pessoas gostaram da ideia e resolveram deixar o bigode, afinal, eles não são permanentes, como tatuagens. Se não gostou, é só tirar.

Então, o bigode cresceu, com a adesão de pessoas no mundo inteiro. E atingiu o ápice com várias celebridades mantendo um bigode por opção. Logo estava consolidado: ter bigode é algo cool. As mulheres e os gays tinham orgasmos quando Freddie Mercury aparecia com o seu bigode “sexy”.

Essa moda recente dos bigodes não se limita apenas em manter um no próprio rosto. Ela ultrapassa os limites do corpo humano e envolve artigos e acessórios, como bigodes falsos, copos, chaveiros, camisetas e, até, travesseiros em forma de bigode. Uma verdadeira religião do bigode.

No mundo gay o bigode é sinônimo de fetiche e tesão.Para quem usa é apenas um detalhe ou costume, mas para quem vê ele pode despertar suspiros, desejos e muita vontade de beijar, além do prazer e do ato sexual com outro gay bigodudo.

Eu conheço gays que são loucos por homens maduros, com cara de macho e com bigodes. Mas se você prestar atenção não encontrará muitos gays idosos usando bigodes. Os gays jovens também não são adeptos do bigode e preferem a pele lisa, exceto os jovens masculinizados. Entre os garotos de programa o bigode também não faz sucesso.

Na cultura gay atual o uso do bigode enaltece a masculinidade sendo um complemento da imagem física do homem viril. Os adeptos do bigode são normalmente gays entre 30 e 50 anos.

Na cultura gay leather o bigode é mais um acessório do conjunto que acompanha as roupas de couro. Veja a imagem do Village people que está neste post. A combinação roupa e bigode tem um efeito masculinizado e passa a ideia de dominação. Eis ai o pano de fundo do sadomasoquismo e do sadismo!

Outro dia conversei com um gay que é tarado por filmes pornográficos, principalmente se existirem atores de bigode.  Eis a declaração dele: Eu gosto de ver filmes antigos com machos de bigode e peludos, principalmente se o macho peludo faz o papel do passivo. Eu tenho tara de ver o bigodudo dando que é uma delicia. Infelizmente o filme sempre acaba, mas me faz viajar e ver como seria porque isso não rola na vida real.

Não existe nada mais másculo do que um bigode, existe? Então, nada mais justo que os homens criarem um mês especialmente para a celebração do bigode e, de quebra, cuidar da saúde masculina no mundo moderno. O mês escolhido foi novembro, e foi criada uma fundação internacional, a Movember, para angariar novos membros e organizar atividades envolvendo os bigodeiros no mundo inteiro.

Francamente, o sucesso de várias personalidades não existiria sem a presença de um bom bigode. Ou você acha mesmo que Albert Einstein teria conseguido desenvolver a complexa teoria da relatividade sem a saudosa companhia dos pelinhos embaixo do nariz? Relembre alguns dos principais bigodudos da história: Nietzsche, Salvador Dali, Freddie Mercury, Antônio Fagundes, Brad Pitt, Felipão, Borat, Tom Selleck, Johnny Depp, Jenson Button, Tarcísio Meira, Terrence Howard. Esqueci algum? Ah, O Sean Connery, por quem os gays da minha geração tinham sonhos eróticos.

Nesta semana a Parada Gay de São Paulo apresentará centenas senão milhares de gays e muitos, mas muitos mesmo usando bigodes e abraçando e beijando seus parceiros e amigos nas ruas da cidade.

Com o advento da Internet tem até rede social dos fanáticos por bigodes: Stache Passions – Neste serviço é possível compartilhar seu vistoso bigode e descobrir uma infinidade deles, de todas as cores, formas e estilos, sejam eles do tipo mosqueteiro ou surrealista de Dali. Ah, o site também funciona como um serviço de namoro.

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