No dia 25 de janeiro São Paulo completará 460 anos. Eu já escrevi sobre o meu amor homossexual pela cidade, bem como, já desfolhei todas as margaridas do mundo gay desde os anos 1970 até os dias atuais, mas a cidade merece sempre a minha homenagem porque aqui nasci e aqui pretendo morrer.
Sou observador atento às transformações e às mudanças na cidade. Em São Paulo, é cada vez maior a lista de instituições, empresas e estabelecimentos que vêm buscando atender às necessidades para garantir uma convivência pacífica, tolerante e agradável de seus públicos, independentemente de suas orientações sexuais.
A capital paulista ostenta uma das maiores variedades de entretenimento para o público LGBT na América Latina. São centenas de bares, boates, saunas, cinemas e festas temáticas e, em todos esses lugares os heterossexuais revelam maior tolerância ao convívio e à presença do público gay, salvo raras exceções. Esse segmento do setor de diversões chega a funcionar em regime de 24 horas, com atividade mais intensa nas vésperas de feriados, quando a cidade recebe o maior número de turistas, além de moradores da Grande São Paulo e do interior.
São Paulo é uma das maiores cidades do mundo, por isso tem as características de uma cidade mundial. Mostra todas as faces do mundo, e fora do mundo, isto é, há coisas em São Paulo que você pode encontrar em qualquer parte do mundo e há coisas em São Paulo que não existe em lugar nenhum.
Aqui há imigrantes de todas as nacionalidades, aqui muitas vezes começaram as manifestações de mudanças políticas, a liberalidade social, a democracia do nosso país.
São Paulo é a cidade dos negócios, do turismo, do evento, dos altos lucros, da bolsa de valores e das favelas, da pobreza, e da receptividade de todas as pessoas que aqui chegam. A noite paulistana espelha tudo isso, pois é multicultural, a diversidade de credo, de raça, de cultura, de orientação sexual, sendo assim, um lugar ideal para o turismo gay, uma vida gay, um mercado gay.
A vida gay na cidade é ampla e cheia de opções. Os gays em São Paulo têm seus lugares próprios como o centro de São Paulo, no Largo do Arouche, Praça da Republica, Parque do Trianon, Rua da Consolação próxima à Avenida Paulista, Rua Augusta e Frei Caneca ou a Praça Benedito Calixto em Pinheiros.
Os guetos, boates, e bares gays são lugares que você pode ir para se distrair, namorar, paquerar alguém sem sofrer preconceito, no entanto acaba formando grupos e guetos na qual vem a discriminar o diferente. Formando segmento dentro do próprio segmento, surgindo a exclusão de grupos menores que já são excluídos pela sociedade e passam a ser excluídos por minorias também – Refiro-me à exclusão dos gays maduros e idosos no próprio meio.
Ainda assim, São Paulo acolhe os gays de braços abertos. Por aqui tudo é possível, basta ir para a rua e descobrir o que a cidade tem a oferecer aos seus habitantes e visitantes.
Eu tentei fazer um roteiro sobre a vida gay de São Paulo e cheguei à conclusão que não é possível porque a cidade se renova todos os dias, os points gays da cidade são tantos que você não sabe por onde começar.
Enfim, São Paulo é um mundo que mistura o velho e o novo. Locais tradicionais do centro ainda se mantem vivos e novos espaços surgem nos quatro cantos da cidade. Assim, São Paulo chega aos 460 anos com ares de um jovem gay de 20 anos e um corpo de um gay idoso de 60.
Parabéns São Paulo. Obrigado por tudo!
A seguir uma lista dos principais locais de frequência dos gays:
- A Lôca
- ABC Bailão
- Athenas – Restaurante
- Autorama – Parque do Ibirapuera – atualmente fechado à noite.
- Bar da Dida – para lésbicas
- Praça Benedito Calixto
- Blue Space
- Bubu Lounge
- Caneca de Prata
- Boate Cantho
- Club Yatch
- D-Edge
- Vermont Itaim
- Espeto de Bambu
- Hotel Chilli Pepper
- Largo do Arouche
- Lions Nightclub
- Ritz Restaurante
- Shopping Frei Caneca
- Livraria Cultura – Avenida Paulista
- The Week
Só para o leitor ter uma ideia, eu citei o Restaurante Ritz. Uma vez fui conhecer e tive a grata sensação de estar num ambiente chique e fino. No Ritz você pode achar difícil saber em qual cidade está. Se conseguir entrar, pode não acreditar que está em São Paulo e não em Paris ou no East Village, em Nova York. O restaurante tem duas filiais no Jardim Paulista e Itaim Bibi. O visual do local é de um bistrô francês, com espelhos e bancos de couro e são populares entre o público gay e os boêmios. Tem também uma filial no Shopping Iguatemi onde é mais espaçoso e iluminado – Vale a Visita.
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Alguns points da cidade citados neste post: