os gays idosos hoje

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Caro leitor, este é o meu último post de 2019, pois na próxima sexta-feira sairei em viagem para o sul do Brasil retornando após o dia 10 de janeiro/2020.

2019 foi um ano bom, com boa saúde, muitas viagens e muito aprendizado. Sim, porque mesmo na velhice aprendemos diariamente como se manter neste mundo de tecnologias e também, muita homofobia.

Em longas reflexões eu constatei que existem alguns parâmetros individuais para ter qualidade de vida na velhice, principalmente, se você é gay.

Obviamente, o primeiro parâmetro é o seu nível socioeconômico porque se você tem um bom nível social e econômico tem um diferencial em relação à população em geral. A começar por planos de saúde onde os preços estão fora da realidade.

Eu sempre digo: primeiro saúde e depois dinheiro!

Outro parâmetro é o seu conhecimento sobre o que acontece na sociedade e como adaptar-se a ela sem sofrer grandes traumas, porque não é nada fácil viver numa sociedade onde o valor material importa mais do que a relação humana.

Outro parâmetro é a percepção do isolamento porque numa cidade como São Paulo não existem opções para os gays da terceira idade socializar. São poucos os nichos de mercado, é como um gueto dentro de outro gueto.

Dai surgem outros parâmetros menos importantes. Ter alguém para compartilhar os momentos da vida e ter segurança é muito importante, mas manter relações sexuais fica para o segundo plano.

Quando envelhecemos não lembramos que a mente não envelhece e sim o corpo e todo o cuidado é pouco quando o assunto é a parte física.

Para mim hoje é mais importante viver uma vida minimalista, com simplicidade, espaços menores, menos coisas para cuidar e mais tempo para ter a qualidade de vida que sempre desejei.

Lembro haver certo receio na população LGBT idosa sobre o fantasma do isolamento, de viver sozinho e ter poucos amigos, mas Ces’t la vie. É necessário sair do seu próprio armário e aventurar-se em situações prazerosas.

Ainda é comum que as pessoas idosas sofram exclusão, e isso não é diferente com o gay idoso. Muitos são submetidos a constrangimentos no momento em que expõem sua identidade em determinados locais ou na presença de determinados grupos, inclusive, os gays.

Uma amiga me disse há mais de 20 anos: Todo os seres humanos gostam de viajar, porque quando viajamos não pensamos em doenças ou mortes.

Eu adoro viajar e me aposentei com 58 anos para conhecer lugares e pessoas. Nessas minhas andanças por este Brasil eu nunca me senti constrangido por ser gay, isso ocorre porque é preciso se impor, primeiro como cliente e depois como ser humano independente de opção sexual.

Os gays idosos da minha geração ainda tem medo e receio de confrontar a sociedade. Não precisa confrontar, basta ignorar e viver a vida.

O que faz a diferença na atualidade é conhecimento sobre todos os assuntos possíveis e inerentes à nossa vida, cultura também é muito bom, porque música, teatro e literatura preenchem o vazio existencial.

Outro fator importante: colecionar bons e sinceros amigos, porque nosso mundo é um espetáculo diário de vaidades e falsidades.

Enfim, sigamos em frente e que o verdadeiro espírito natalino reine entre os seres humanos nem que seja por um dia!

 

 

 

 

 

6 comentários em “os gays idosos hoje

  1. Ola, Régis!
    Sou seu admirador confesso, gosto demais dos seus posts. Com relação ao gay da terceira idade, seria interessante uma visita ao eternamentesou.org.br, voltado para gays idosos.
    Abraços, boas férias!!!

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